CHEGAR Á VELHICE É A SUPREMA GLORIA DO VENCEDOR
Na eleição de 1956, a segunda para prefeito e vereadores, a cidade teve um acontecimento que só ocorreu naquela oportunidade: a câmara não reelegeu nenhum dos vereadores com mandato. A renovação foi total. Note-se ainda que, se na primeira legislatura tínhamos nove vereadores, na segunda foram eleitos quinze, tal o aumento do numero de eleitores da cidade.
Para prefeito a eleição foi acirrada e decidida nas ultimas semanas.
A UDN apresentava Haroldo Leon Peres, advogado e professor que havia chegado à cidade não fazia muito tempo. Haroldo era um orador brilhante que encantava aos eleitores.
O PSD apresentou o médico José Gerardo Braga, pioneiro e muito respeitado pelos clientes e por todos.
O pioneiro e um dos primeiros habitantes da cidade, Otavio Perioto, foi o candidato do PR.
A campanha estava em andamento fazia alguns meses, quando, de ultima hora, com menos de sessenta dias para a eleição, o PSP – partido liderado nacionalmente pelo governador de São Paulo Adhemar de Barros – lançou Américo Dias Ferraz, homem de pouca cultura educacional que se tornara um dos mais ricos comerciantes da cidade, em menos de cinco anos.
Américo comprou uma moto niveladora e em cima dela fez toda a sua campanha. Arrumava as ruas e estradas que eram muito mal conservadas pelo município, tocava violão e cantava modas caipiras.
Ganhou a eleição com facilidade.
A história completa, contei no livro Memórias de um bom sujeito III.
A câmara já com quinze vereadores ficou assim composta:
Salvador Lopes Gomes, o mais votado naquela eleição com 502 votos, Aristino Flauzino Teixeira de Almeida, Francisco Rodrigues de Melo e Miravan Barlavento Sales, pelo PSP do prefeito eleito.
Heitor Dutra da Silva, João Luiz Fabre, Pedro Françoso, Mauricio Donaldo Girardello e Torao Taguchi, pelo PSD.
Ulisses Bruder, Jorge Sato, Primo Monteschio e Alceu Hauare, pela UDN.
Luiz Moreira de Carvalho e Bonifacio Martins, pelo PR.
Pessoalmente considero essa uma das melhores e mais representativas câmaras municipais que a cidade já teve.
Salvador Lopes Gomes era comerciante. Aristino F.T. Almeida, advogado e inspetor federal de ensino. Francisco Rodrigues de Melo, também comerciante. Miravan Barlavento Sales, professor e dono de colégio particular, o Instituto Pernambucano de Ensino.
Heitor Dutra da Silva era engenheiro e diretor do DER. João Luiz Fabre e Pedro Françoso, comerciantes. Mauricio Girardello, engenheiro. Torao Taguchi, japonês pioneiro e comerciante de destaque, foi um dos fundadores da Vila Nova.
Ulisses Bruder alto funcionário da Companhia Melhoramentos, Jorge Sato médico de respeito e atuante, Primo Monteschio o primeiro dentista prático da cidade além de chefe de uma família numerosa e pioneira e Alceu Hauare, um rico corretor de seguros os eleitos da UDN.
Luiz Moreira de Carvalho médico de clientela enorme que prestava assistência a quem necessitava a titulo de servir apenas e Bonifacio Martins, uma espécie de filosofo, um homem inteligente e esquerdista.
Só pela composição dá para perceber que naquela legislatura, o alto nível e a independência dos vereadores impediam que algum deles pudesse liderar com destaque acima dos outros.
Luiz de Carvalho destacava-se pelos pronunciamentos que fazia. Culto, inteligente e sagaz, era sempre admirado por todos.
Jorge Sato além de falar bem, era um excelente articulador.
Bonifacio Martins era sempre contra tudo, mas sabia o que falava e falava muito bem.
Ulisses Bruder e Alceu Hauare foram os presidentes naquela legislatura. Ambos eram da UDN e, com a articulação comandada pelo Sato, foram eleitos com facilidade.
Aquela câmara nos dois primeiros anos apoiou e nos dois últimos fez oposição ao prefeito Américo Dias Ferraz. O prefeito abandonou a cidade quando ganhou uma revenda de automóveis na cidade de São Paulo para onde ia constantemente para comandar a construção da sua nova empresa.
O que sinceramente não entendo até hoje é que ninguém tentou cassar o mandato do prefeito.
MENSALÃO DO PT
O Supremo Tribunal Federal anunciou o relatório final do maior escândalo político e de desvio de dinheiro publico da historia do Brasil: o Mensalão do PT. O relatório tem sessenta e nove mil paginas e compromete políticos com mandato, inclusive o presidente Lula, e foi relatado pelo ministro Joaquim Barbosa.
Espera-se que alguém possa ser condenado e que a justiça seja feita.
Claro que todos têm a certeza de que Lula, Zé Dirceu, Genoino e a cúpula petista, jamais irão para a cadeia.
Mas, vamos esperar que pelo menos o Fernando Pimentel, o Delubio Soares, o Duda Mendonça, o Marcos Valério sejam condenados. São menos importantes.
Muitos anos ainda para que o julgamento aconteça.
Vamos esperar.
TROCO É TROCO
O escândalo que se faz nacionalmente para incriminar o DEM no escândalo do governo de Brasília, é o troco que se está dando para o escândalo do mensalão do PT.
Porque chamar o desvio de dinheiro de José Roberto Arruda e seus aliados de mensalão dos democratas?
Evidente que é arruinar com a aliança PSDB/DEM que vai enfrentar a candidata do PT.
Não há outra razão.
Todos aplaudem a prisão do governador.
Ela é excelente na comparação com a não prisão de nenhum dos mensaleiros do PT. É um forte argumento de que todos os políticos são iguais. Roubam mesmo. Dinheiro público não tem dono.
NÃO É CANDIDATO
Marco Antonio Rocha Loures – um dos mais conceituados e preparados médico especializado em reumatologia do país – que é presidente do PP local, não vai ser candidato a coisa alguma na próxima eleição.
Prefere continuar com a medicina e como professor da Universidade Estadual de Maringá. Uma pena. O Marco é competente, corretíssimo, honesto, trabalhador, respeitado e querido por todos e seria um dos melhores representantes que Maringá poderia ter.
QUADRO INDEFINIDO
O esquema oficial dos candidatos do partido do prefeito Silvio Barros, continua indefinido para a Assembléia.
Ricardo vai ser candidato a senador.
Cida Borghetti é a candidata à Câmara Federal.
Para a Assembléia existe varias alternativas.
Os melhores secretários cotados – Walter Guerlles e Ulisses Maia – querem ser candidatos. Está faltando o empurrão oficial.
O vice-prefeito Carlos Roberto Pupim, coordenador da campanha de Osmar Dias, de quem é sócio em fazendas - se diz candidato. Pode decolar ou não. Depende das alianças a que Osmar tiver que se submeter.
Vamos aguardar.
REQUIÃO E PT
A denúncia do governador Roberto Requião de que o Ministro Paulo Bernardo tentou envolvê-lo numa tramóia que custaria mais de trezentos milhões de reais aos cofres públicos, com o super faturamento de um trecho da Ferro-oeste é de uma gravidade espantosa.
Segundo o governador, na obra de duzentos e dez milhões, Paulo Bernardo queria o faturamento de quinhentos e cinqüenta.
O assunto precisa ser apurado com urgência. É grave demais para ficar sem explicação publica.
Ou o governador tem provas e complica a vida do Ministro ou quer apenas envolver o marido de Gleisi Hofmann que pode disputar o senado e ganhar dele.
Na primeira hipótese é o fortalecimento da sua própria candidatura ao senado.
Na segunda hipótese, é o reconhecimento da força da candidatura de Ricardo Barros.
A justiça é quem deve se manifestar.