Cada pesquisa de opinião pública cai como um petardo nas hostes governistas. Durante a semana o DataFolha e o Instituto Sensus mostraram com clareza que a reeleição de Dilma Rousseff (PT) segue escorregando na rampa do Palácio do Planalto.
No núcleo do partido elevam-se as vozes de “Lula já” para evitar uma tragédia anunciada. Se perder o governo federal o escândalo do Mensalão será fichinha perto dos muitos escândalos que explodirão em licitações do Ministério da Saúde, Transportes, outros e principalmente no que Lula chama de “Petobrais”.
A última pesquisa (Sensus), divulgada ontem, confirma que Dilma “oscilou de 32,2% das intenções em junho para 31,6; Aécio Neves (PSDB) de 21,5% para 21,1% e Eduardo Campos (PSB) de 7,5% para 7,2%%.
Os demais candidatos nanicos, contingente onde podem surgir alguns laranjas: pastor Everaldo Pereira (PSC),2,6% das intenções de voto, ante 2,3% em junho; Luciana Genro (PSOL) 1,1%; Rui Costa Pimenta (PCO), 0,7%; José Maria (PSTU), 0,5%; Eduardo Jorge (PV), 0,3%; Eymael (PDC), 0,3%; Levy Fidelix (PRTB) 0,3%, Mauro Iasi (PCB) tem 0,1%.
Os também compilados brancos e nulos somam 34,4%, ante 28,8% na pesquisa anterior. Esse pessoal que se omite ou simplesmente “subiu no muro” representa mais votos que o candidato mais apontado, no caso Dilma.
É um manancial de votos que todos os candidatos procuram atrair. Pode ser o fiel da balança na eleição. Interessante observar também que é um percentual que cresceu quase 6% com relação a pesquisa de junho. E que quem mais tem perdido percentual é a presidente.
No mais a última pesquisa confirma o quadro do DataFolha: vamos ter segundo turno e embora à frente, Dilma está tecnicamente empatada com o tucano Aécio. E que vão depender principalmente de agregações. A última pesquisa só foi contrária à anterior no quesito de avaliação negativa: de 34,6% em junho para 32,4% agora.
A campanha paranaense será disputada palmo a palmo. Faltam pesquisas estaduais, mas no horizonte, quem entende de política diz enxergar o governador Beto Richa (PSDB) estaria em primeiro, seguido por Roberto Requião (PMDB) e na terceira posição, fora até de empate técnico o nome da senadora Gleisi Hoffmann (PT).
Por conta dessa posição inferior é que o PT estaria abrindo a artilharia contra Requião que, depois de não aceitar cooptação ainda era tido como aliado. Pois a camaradagem acabou e Requião troca farpas ora com Gleisi para impedir aproximação, ora com Richa obter efeito contrário.
As aposta são de um horário político acirrado no Paraná, com joelhadas nas costas, mordidas, cotoveladas e outras faltas duras. Com missões de surpreender e crescer, Beto Richa deverá se apresentar como bom moço, colocar o Paraná como vítima do governo federal e comparar avanços de seu governo com o anterior; Requião deverá fazer-se de bom e equilibrado, porém ferino; e Gleisi que deveria fazer o papel de boa moça, não se enganem: vai argolar nos benefícios prestados pelo governo federal (que lembra muitos motivos para rejeição) mas também precisará bater firme no governador e em Requião que estarão acima dela.
Um dos maiores apelos de Gleisi será direto contra a maior parte de eleitores, as mulheres. Mas para isso tanto Beto Richa já providenciaram suas vacinas. Requião terá como vice a deputada federal Rosane Ferreira (PTV) e Richa a deputada federal Cida Borghetti, presidente do PROS no Paraná.