- IGNORÂNCIA ESPIRITUAL-
Francisco
José de Souza*
O sentido da expressão é indicativo da falta de
conhecimento em torno da realidade que transcende os limites do túmulo, os
domínios da pátria de origem de todos os seres.
As pessoas evitam falar sobre a morte, seja por
excessivo pudor ou mesmo pelo receio de não serem bem compreendidas. O desvendar da imortalidade permanece como incógnita
na medida em que pouco se sabe do mundo espiritual, da continuidade da vida, da
situação feliz ou infeliz daqueles que já se foram. Quando muito, perdura a
crença destituída de lógica, que o morto descansa em paz. Está em algum lugar
e, conforme houvera por viver, está incurso na jurisdição divina, que nunca
falha.
Nada obstante a sistemática recusa, significativa
parcela da Humanidade atingiu o grau de maturidade espiritual para compreender
da realidade da vida nas duas dimensões – física e espiritual – por onde as
pessoas se desenvolvem ética e espiritualmente.
O laboratório mediúnico espírita atesta que a vida
não se rompe com a morte. Demonstra por provas irrecusáveis que cada alma leva dessa vida a vida que levava,
o que equivale dizer, o morto não se torna santo ou demônio com o simples
transpor das portas tumulares. A vida sob todos os aspectos considerados é
sempre única. Nas muitas moradas celestiais não há espaço para a morte, as
pessoas mudam de faixas vibracionais, retornando ao palco das realizações, para
dar continuidade aquelas interrompidas e inicio de outras que propiciem o
desenvolvimento dos valores divinos em latência.
Desde muito tempo se idealizou que o destino dos
mortos é habitar um lugar de beatitude ou as trevas dos tormentos, está última,
representada pelo ranger de dentes por efeito dos males cometidos. A
idealização de um céu e de um inferno, intermediado por um purgatório sempre alimentou
a imaginação dos homens e, a despeito da fertilidade de cada crença, tais
informes já não atendem aos anseios das mentes emancipadas, dispensando
auxiliares travestidos de poderes divinos, como condutores de cegos, por mais
respeitáveis que se apresentem.
A vida espiritual, pátria de origem de cada alma é
rica de realizações, convidativa ao entendimento lógico que satisfaça a mais
exigente razão, com informes práticos da continuidade da vida, isenta dos sobressaltos
muito ao gosto das condenações irremissíveis e da salvação eterna.
Sendo cediço que há
muitas coisas desconhecidas entre o céu e a terra, conforme houvera por
proclamar o sábio dramaturgo Shakespeare, imagine o que se ignora do
transcendental, do além do imaginário humano... A vida reclama permanentes reflexões!
Francisco
José de Souza é Promotor de Justiça.
Coluna
da Associação de Divulgadores do Espiritismo de Maringá – ADEMA. Acesse o
portal www. ademaespirita.org. br e conheça mais sobre o Espiritismo.