-PONTE METAFÍSICA-
Francisco José de Souza (*)
Desde os instantes que aflorou o despertar da
consciência para as realidades parafísicas, o homem vislumbrou que há um imenso
abismo que o separa da Verdade que pretende alcançar.
Buscando romper as brumas, se idealizou a religião, pontificando
os textos da Igreja primitiva com a diversidade dos dons – forças psíquicas e
mediúnicas – e o desvelar das atividades pneumatológicas. De igual, o adorável Pai
Abrahão, instado pelo personagem “rico” que acabara de chegar ao seio da
verdade, rogando permissão para retornar ao mundo de origem para avisar seus
parentes da realidade que descortinava, foi prontamente advertido da
impossibilidade de se romper o infinito que separa o mundo dos vivos e dos
mortos.
Com o advento da Era
Nova, identificada como a era do espírito, o Espiritismo acena pela
necessidade de erigir uma ponte
vibracional – mediúnica - como projeto pessoal que cada um deve cultivar,
desenvolver e indispensável ao intercâmbio das populações de ambos os lados da
vida, entre as duas margens das dimensões existenciais, sem perturbação ou traumas.
Na edificação desta passagem, cada pessoa, equipada
com as ferramentas da lógica e da razão, é convida a edificar os pilares de
sustentação do lado de cá – mundo material – com os postulados da ética, do retro
agir, da tempera do caráter e, os pilares do lado de lá - mundo espiritual - com
investimentos que a alfandega tumular não confisca, ou seja, pelos bônus da
caridade, amor ao próximo, abnegação, renúncia, humildade, representativos da moeda divina que se facultará adquirir os
bens indispensáveis à manutenção da ponte sutil.
Deus participa diretamente disponibilizando os
meios, as ferramentas e as técnicas – desenvolvimento das percepções psíquicas
- para que cada qual colabore na construção da divina ponte. O Sumo Genitor
assiste diretamente a cada um dos seus filhos, dando-lhe um ajudante especial,
o anjo da guarda e, como Mestre da
Vida e Educador por excelência, Jesus, o vigilante instrutor acenando para os
frágeis operários da leveza do jugo e
suavidade do fardo, estimulando-os à superação dos obstáculos aparentemente
intransponíveis.
As técnicas construtivas são a caridade,
solidariedade e a fraternidade que se realizam com a mútua ajuda das duas
populações – encarnada e desencarnada – e agentes indispensáveis ao sucesso do
empreendimento. A força e o entusiasmo virão da sintonia com as Fontes
Geradoras da Vida.
A aquisição da experiência com o transcendental se alcança
com o afinar dos olhos e o aguçar dos ouvidos, treinando para ver com o
espírito e compreender com a alma, qual seja, conscientizar-se que os dois
mundos são solidários, sendo o espiritual, o das causas e, este, mero reflexo daquele.
Na pátria de origem não há sorte, privilégios ou
privilegiados, cada qual transitará nas duas dimensões segundo os seus méritos.
Coluna da Associação de Divulgadores do Espiritismo
de Maringá – ADEMA. Nosso endereço eletrônico: maringaespirita@gmail.com
(*) Francisco José de Souza é Promotor de Justiça