22.11.2016 |
Servidores da UEM protestam |
Durante assembleia geral realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar) a categoria aprovou a proposta de mobilização por dois dias contra o Governo do Estado por votação unânime.
Nesta madrugada dezenas de servidores de Maringá embarcaram com destino a Curitiba para a participação de protestos com professores e técnicos de todo o Estado, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
A medida foi declarada em virtude do que o sindicato chama de “calote” do governador Beto Richa (PSDB) com relação ao pagamento de direitos trabalhistas de milhares de servidores do Paraná. Ainda em 2015, como parte das negociações para por fim a greve que já chegava a dois meses, foi aprovada a lei que garantia o recebimento do reajuste salarial, mais 1%. O pagamento seria realizado em parcelas, sendo as últimas quitadas no primeiro trimestre de 2017. Há dois meses representantes do Governo afirmaram que o acordo não poderia ser cumprido, gerando novas greves e manifestações.
Em virtude da paralisação da educação neste ano, de aproximadamente 20 dias, o secretário chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, afirmou que os direitos em débito dos trabalhadores seriam devidamente pagos após o retorno a rotina de aulas para os estudantes paranaenses, dos ensinos fundamental, médio e superior. Pelo fato de Rossoni ter prometido o acordo fechado em reunião, a greve teve fim na última semana de outubro com a expectativa de que os assuntos decididos em reunião fossem respeitados por ambas as partes.
Uma semana após o retorno, novamente representantes do governo relataram dificuldades em cumprir o combinado. A mensagem 43 de 2016, enviada pelo Executivo e que suspende por tempo indeterminado o pagamento do reajuste salarial, que deveria ser arquivada conforme prometeu o secretário chefe, não foi extinto e, como agravante, foi enviada novamente à Alep. Com a possibilidade de o projeto ser votado entre hoje e amanhã (23) pelos deputados estaduais, diversas assembleias foram realizadas em todo o Paraná.
Em Maringá, cerca de 100 pessoas participaram da votação que definiria os rumos da categoria. Apesar de uma nova greve não ter sido descartada para o futuro, dependendo do resultado da votação, o primeiro ato decidido pelo grupo foi a de mobilização na capital, na Assembleia Legislativa, como forma de pressionar os 54 deputados estaduais. Cerca de 5 mil pessoas são esperadas para protestos, tanto no interior da casa de leis, quanto no Centro Cívico.
Ainda ontem, em Curitiba, diversos deputados contrários ao possível “calote” do governo entraram na Justiça do Paraná para que a tramitação e a votação da mensagem 43 sejam suspensas imediatamente. Para os participantes da bancada de oposição, formada formalmente apenas por 14 representantes, contra 40 de situação, o projeto é inconstitucional. Apesar de haver mudanças de posicionamento, o grupo minoritário prevê a aprovação da mensagem, que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias, caso a votação seja concretizada na Assembleia.
Como alternativa ao projeto polêmico do Executivo Estadual, o Fórum das Entidades Sindicais (FES) apresentou uma proposta paralela a qual diversos pontos como o reajuste, progressões de carreira e promoções seriam acertadas em parcelas que se encerrariam boa parte no segundo semestre de 2017 e, por fim, em janeiro de 2018 com a última etapa do reajuste. Com isso, o grupo formado por diversas lideranças sindicais acredita que ambas as partes não serão prejudicadas. A bancada de oposição, sob liderança do deputado Requião Filho (PMDB), informou que irá apoiar o projeto paralelo.
Por meio de nota oficial, o presidente do Sinteemar, José Maria de Oliveira Marques, afirmou que o momento é de união da classe que pelo fato do governo ter cessado o diálogo com os servidores, as manifestações estarão ocorrendo. Até o final da tarde de ontem nenhum deputado da base aliada havia se manifestado a respeito sobre a votação que deve ocorrer entre hoje e quarta-feira.
Matheus Gomes
Foto - Reprodução |
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