21.03.2018 |
Movimento pede duplicação da PR-323 |
Em virtude de dezenas de acidentes em trechos variados da PR-323 desde o início deste ano, integrantes de um movimento social desenvolveram outro abaixo-assinado para pressionar o Governo do Paraná pela duplicação da via.
Com foco na via entre Maringá e Umuarama, a iniciativa do “Movimento Pela Duplicação da Rodovia PR-323” foi criada em 2016 e já possui apoio de diversos políticos pelo Estado. Novo projeto tinha mais de 6 mil assinaturas até o final da tarde de ontem (20).
Entre segunda e terça-feira dessa semana, a chamada “Rodovia da Morte” registrou pelo menos três acidentes graves, que resultaram em três mortes e quatro pessoas feridas. Pelo fato de possuir um longo trecho com pista simples e sem acostamento adequado, populares se mobilizam nos últimos meses para chamar a atenção de deputados e do governador, Beto Richa (PSDB), para ampliar as obras rodoviárias. No começo deste ano, empreiteira doou projeto de duplicação e iniciativa depende de licitação.
O movimento deu início no começo deste mês a outro abaixo-assinado a fim de obter dezenas de milhares de assinaturas de paranaenses de inúmeras cidades que concordam em duplicar a rodovia. Pelo fato de ser uma obra cara e que demanda tempo, a iniciativa enfatiza a necessidade de prosseguir as intervenções a partir de Paiçandu até o município de Francisco Alves, cerca de 230 quilômetros de Maringá. Com apoio de lideranças empresariais e da igreja em diversos municípios da região noroeste, a proposta ganhou força e atualmente depende do lançamento de edital para dar início ao processo licitatório. A empresa Odebrecht, que havia realizado um projeto integral, doou ao Governo em janeiro deste ano, fato que irá reduzir os custos do poder público.
A nova coleta de assinaturas se deu em razão do governo paranaense ter anunciado, após o recebimento do projeto, que a licitação estaria pronta até este mês, entretanto, até o momento nenhuma nova informação relevante foi divulgada por meio da agência de notícias. Sem um prazo concreto, o movimento volta a pressionar para que novas intervenções sejam iniciadas ainda neste ano, especialmente após diversos acidentes da rodovia.
Nesta semana, na PR-323, entre Cianorte e Tapejara, dois ocupantes de uma caminhonete com placas de Terra Roxa morreram após acidente no final da tarde de segunda-feira. Após colidir de raspão em outro automóvel, o veículo perdeu o controle e colidiu frontalmente com um caminhão Mercedes-Benz.
Com a força da batida, a Ford Saveiro se partiu ao meio e resultou na morte de Ivanilda da Silva, de 49 anos, e do marido, Márcio José da Silva, de 42. Horas mais tarde, já na madrugada de terça-feira, Cinthia Oliveira perdeu o controle no trecho entre Sertanópolis e Rancho Alegre, rodou e colidiu com um caminhão. A jovem de 27 anos também morreu no local.
Os acidentes com mortes aliado ao fim do prazo para divulgação do edital resultou em ações em diversas cidades por parte das lideranças do movimento social. Com 6 mil assinaturas, os integrantes do grupo vão promover campanhas de conscientização e em busca de mais apoiadores até o final de abril, onde o resultado será compilado e entregue para o Governo do Paraná. Em nota, o presidente do Movimento Pela Duplicação, Sérgio Frederico, garantiu que exposições de faixas e cartazes em festas e locais de grande movimentação, além da presença de autoridades, vão resultar em maior atenção por parte do Executivo paranaense, que ainda não se manifestou sobre a nova ação.
Segundo o próprio movimento, com dados obtidos pelo Governo, somente em 2017 a rodovia, em toda a extensão, registrou cerca de 500 acidentes, com 19 mortes. Além do lado negativo causado pelas fatalidades e os traumas deixados em feridos e familiares de vítimas, os custos com as colisões ao poder público, somente na PR-323, rondam em torno de R$ 48 milhões. O abaixo-assinado está suportado na plataforma www.change.org, com o nome “Quero a PR-323 duplicada!”. Somente com a disponibilidade de nome e e-mail qualquer pessoa pode assinar o documento gratuitamente.
Matheus Gomes
Foto - Reprodução
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