12.02.2015 |
Servidores da educação pública realizam passeata |
Em assembleia realizada na manhã de ontem, os servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovaram, por unanimidade, entrar em greve geral.
Durante a reunião convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), no Restaurante Universitário (RU), mais de 150 pessoas dentre professores, servidores e membros de movimentos sociais, se reuniram para mostrar o descontentamento da categoria.
As medidas enviadas à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) deveriam ter sido votadas na tarde de ontem, mas após transformação do plenário em comissão geral, os presentes no interior da Alep e manifestantes do lado de fora invadiram o local e a votação foi suspensa. Professores e servidores passaram a noite na Assembleia.
Em apoio as 30 mil pessoas que estão em Curitiba, a UEM e o Hospital Universitário (HU) deflagraram greve a partir dessa quarta-feira por tempo indeterminado. Com a instalação da paralização, centenas de professores, servidores e manifestantes em geral saíram em passeata se dirigindo ao Comitê Político da vice-governadora, Cida Borghetti (Pros). O protesto foi pacífico e não houve qualquer tipo de incidente.
Outra assembleia foi marcada pelo Sinteemar para a manhã de hoje no Restaurante Universitário da UEM, com o objetivo de passar orientações sobre a greve.
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Com a aprovação da greve, o Hospital Universitário será o único setor que terá paralização geral. De acordo com o presidente do Sinteemar, Celso Aparecido do Nascimento, os funcionários do HU param gradualmente, mantendo 30% dos serviços essenciais.
A medida de não parar totalmente o Hospital que atende milhares de pessoas de Maringá e região, tem o objetivo de não prejudicar as pessoas que precisam da saúde gratuita.
Em reunião realizada na tarde de ontem, ficou decidido que serão formadas comissões para melhor orientar como deverá ser conduzida a greve no HU.
PROFESSORES REDE ESTADUAL
Também em greve, os professores da Rede Estadual, ensino fundamental e médio, realizaram um protesto na manhã de ontem contra as medidas de austeridade do governador Beto Richa (PSDB). Além do “pacote de maldades”, a situação relativa à infraestrutura das escolas de Maringá também foram motivo de reclamação por parte dos profissionais.
Professores do Colégio Estadual Moisés Maluf, protestaram contra as inúmeras goteiras que as salas de aula possuem. Outra denúncia foi sobre a compra de diversos equipamentos condicionadores de ar há três anos e que ainda não foram instalados.
Outros professores também protestaram contra o “calote” do fundo rotativo e diversos problemas sobre a precariedade da estrutura. As reclamações vão desde invasão de pombos, falta de rampas para alunos com necessidades físicas especiais e até obras que estão paradas.
GREVE NA AGRICULTURA
Os profissionais da agricultura também anunciaram manutenção da greve caso as medidas do Governo do Estado não sejam retiradas. De acordo com o Diretor Regional de Maringá do Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Nível Médio do Paraná (Sintea), Antônio Caetano, a orientação que veio diretamente de Curitiba é para que a categoria continue mobilizada e não realize serviços externos. O diretor do Sintea, também relatou que seguirá demais orientações do Sindicato Estadual dos Servidores Públicos da Agricultura (Sindiseab), uma das 14 entidades pertencentes ao Fórum das Entidades Sindicais (FES).
“Estamos entregando cartas explicando a nossa situação, para que as pessoas entendam a nossa situação. Se o governo continuar com o pacote, nós vamos parar por tempo indeterminado”, afirmou Caetano.
Assim como os educadores, os profissionais agrícolas também enfrentam uma crise por conta do não pagamento de benefícios e falta de manutenção na estrutura. “Alguns computadores precisam ser trocados e existem alguns postos de fiscalização que não tem manutenção devida, prejudicando a entrada de vegetais e animais no Estado”, finalizou o diretor regional do Sintea.
VOTAÇÃO
Com a Alep ocupada por professores, servidores e manifestantes de movimentos sociais, a votação que seria realizada no “Plenarinho” e sem presença de manifestantes, foi adiada para a tarde de hoje. Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (APP Sindicato), quase mil pessoas passaram a madrugada de terça-feira para quarta-feira no interior da Assembleia.
De acordo com o Governo, a votação das medidas, caso não ocorram novos incidentes, deverá acontecer às 16 horas.
Matheus Gomes
Foto - Reprodução |
|
|