01.02.2017 |
Ulisses Maia classifica primeiro mês como positivo |
Nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, completa um mês desde a posse do novo prefeito de Maringá, Ulisses Maia (PDT).
Com o início dos trabalhos e de equipe formada já no primeiro dia útil de 2017, Maia buscou ao longo destes 30 dias seguir com o cronograma decidido com os secretários e por em prática parte das promessas de campanha. Logo na primeira semana o projeto do vale-alimentação, aguardado há mais de uma década pelos servidores municipais, foi colocado em votação e aprovado por unanimidade. Outros quatro projetos enviados pelo Executivo também foram aprovados por 15 votos favoráveis.
Ao mesmo tempo, anunciou a suspensão do pagamento de boa parte dos contratos assinados pela Prefeitura nos últimos anos para que um comitê analise cada um dos documentos em busca de possíveis irregularidades. Em meio aos projetos executados, afirmou tratar a questão do lixo em Maringá como prioridade para este ano e se envolveu com polêmicas com um dos vereadores da base do governo, Homero Marchese (PV). Mesmo com a incerteza sobre o dinheiro em caixa deixado pelo ex-prefeito, escutas telefônicas ilegais encontradas no gabinete e outras dificuldades que possam surgir ao longo dos meses, Ulisses garante que enfrentou o primeiro mês com tranquilidade.
Jornal do Povo – Desde o período de votação do projeto do vale-alimentação o vereador da base do seu governo, Homero Marchese (PV), fez críticas em razão da falta de um estudo profundo sobre a viabilidade do projeto. Na última semana, o parlamentar anunciou que irá entrar com uma ação popular contra o seu governo, onde ele o acusa de uso da máquina pública para finalidade pessoal. Como está a sua relação com o vereador, que é do mesmo partido do vice-prefeito?
Ulisses Maia – “Minha relação é normal. Eu não vou me manifestar, não vou entrar em contenda alheia. Isso é briga dele com um blogueiro e eu não vou entrar em contenda alheia. Em relação ao vale-alimentação ficou provado orçamentariamente que tem recurso pra isso. Nós estamos fazendo economia. Só no corte de cargos comissionados, dos 400 cargos comissionados e 10 secretarias nós vamos economizar R$ 20 milhões por ano. Com outras economias que nós programamos nós vamos pagar o vale-alimentação. Ele [pagamento] não é realizado com o recurso de superávit, é utilizado com as nossas economias. Eu não vou entrar em contenda alheia, isso é algo dele e uma pessoa que tem blog. Eles que, enfim, se tiver uma ação eu vou responder normal, mas eu não tenho nada a ver com essa discussão entre os dois. Os dois precisam se resolver”.
JP – A questão do lixo foi dita como uma das prioridades do governo. Semana passada foi anunciado um decreto a respeito da municipalização da coleta de lixo em Maringá, a partir de um Projeto de Lei entregue pelo Fórum Lixo e Cidadania. Como vai se dar este processo na Cidade?
Ulisses Maia – “Nós já estivemos em reunião com este Fórum Lixo e Cidadania. Nós vamos participar dele juntos. Inclusive estamos fazendo, juntos, uma lei para regulamentar toda a questão dos resíduos sólidos da Cidade. Este decreto é no sentido de fazer a coleta pela Prefeitura. Hoje é terceirizado. A Prefeitura contratou por um ano a empresa. Ficou demonstrado que o valor de R$ 31 milhões está absolutamente acima do que a Prefeitura gastaria. A Prefeitura gastaria em torno de R$ 14 milhões. Tanto o Observatório [Social], o Fórum Lixo e Cidadania e o Ministério Público demonstraram que há um superfaturamento deste contrato. Nós não vamos renovar. Já estamos preparando a compra de caminhões ou a locação, estamos estudando a melhor alternativa, para que em agosto seja retomada a coleta pela Prefeitura. Não será possível romper o contrato antes do prazo, pois nós não temos a estrutura para fazer a coleta. Os caminhões de lixo da Prefeitura estão todos sucateados. Servidores nós temos, mas caminhões nós não temos, então não daria para fazer a coleta neste período. Mesmo que tenha essa discussão do preço, a Prefeitura fez o contrato com eles. Então isso poderia isso poderia dar margem para a empresa entrar contra a Prefeitura. Com multa e toda a discussão ficaria mais demorado do que em agosto, então nós vamos tocar do jeito que estão tocando, até o dia 4 de agosto, no dia seguinte a gente entra. Até lá vamos preparar a coleta, comprar os caminhões e acertar tudo”.
JP – De modo geral, como você avalia o seu primeiro mês de governo à frente da Prefeitura?
Ulisses Maia – “Está sendo muito tranquilo. Nós compusemos uma equipe muito boa, uma equipe técnica, capacitada, então isso ajuda a tocar o barco. Fizemos uma reforma administrativa, extinguimos 400 Cargos Comissionados e 10 secretarias. Isso deu um ânimo novo aos funcionários de carreira. Aprovamos o vale-alimentação na primeira semana que deu um estímulo aos funcionários de carreira da Prefeitura. Nós já realizamos muitas coisas nestes poucos dias. Neste período estive três vezes com o governador [Beto Richa], uma delas buscando um recurso extra de R$ 10 milhões. Ele veio para a formatura de 120 Policiais Militares para Maringá. O próprio Ministro da Saúde [Ricardo Barros] trouxe recursos para Maringá, para a fila de consultas especializadas, trouxe R$ 3 milhões. Isso demonstra que nós estamos com apoio do governo estadual, do governo federal, coisas que falavam que a gente não teria. Sofremos muitos ataques na campanha dizendo que a gente não teria apoio do governador. Neste primeiro mês de trabalho a gente já mostrou que o ritmo está até maior do que estava antes em termo de apoio dos nossos deputados, do ministro e do governo do Estado. Nós começamos a zerar a fila de espera. Inauguramos um ambulatório ginecológico no Hospital Municipal. Estamos reestruturando o Hospital Municipal, hoje ele é muito subutilizado, praticamente um elefante branco. Agora ele vai passar a funcionar de verdade. Vamos começar a fazer as cirurgias ginecológicas. Tem uma fila de 960 mulheres, então nós vamos zerar imediatamente esta fila. Está em ritmo acelerado e vai ter que ter um tempo hábil para fazer. Fora essas, nós temos 25 mil pessoas esperando uma consulta especializada e nós começamos agora no dia 6 o mutirão. Vai ser no Hospital Municipal que vai trabalhar a noite, sábados e domingos e em outras clínicas da Cidade e outros hospitais também. Fizemos muitas coisas já de forma concreta no começo do mandato”.
Matheus Gomes
Foto - Maringá Mais |
|
|