02.06.2017 |
Pupin admite que faltou documentação |
Na tarde de ontem, o ex-prefeito de Maringá Carlos Roberto Pupin (PP) foi ouvido como testemunha pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada pela Câmara Municipal de Maringá para apurar irregularidades no projeto das obras do Terminal Intermodal.
Pupin estava acompanhado de seu advogado, Amilton Domingues de Morais e respondeu a todos os questionamentos dos vereadores que compõem a CPI. Ex-secretários municipais e vereadores também assistiram ao depoimento na galeria.
No início de seu depoimento à CPI do Terminal Intermodal, o ex-prefeito Carlos Roberto Pupin leu um resumo do que levou ao projeto do terminal. Além de perguntas sobre o Terminal Intermodal, Pupin também foi questionado sobre as obras do corredor de ônibus da Avenida Morangueira, que fazem parte da obra. Sobre a inexistência de projeto ele disse: “Por que vocês não têm cópias desses projetos e não existem cópias desses projetos? Porque esses projetos nunca foram realmente expostos. Era um trabalho nosso. Uma obra dessa magnitude ela não tinha como você simplesmente fazer um processo único, um projeto único, e você simplesmente aceitar. Então foi feito um esboço de um projeto, com subsolo”.
Pupin relatou aos membros da CPI, que atuou como gestor no período de licitação e contratação das empresas que fariam as obras. O ex-prefeito alegou que pouco participou do processo de licitação para a escolha e que isso ficou a cargos dos secretários da administração municipal. “a rotina de prefeito é muito burocrática e, algumas vezes, as reuniões e eventos de diferentes pastas coincidem, não participei de todas as reuniões ligadas ao Terminal Intermodal. No entanto, meus secretários estavam lá e transmitiam os resultados depois. Nunca autorizei acordos verbais sobre compensações e algumas decisões cabiam diretamente aos secretários”, se defendeu.
Um dos pontos altos do depoimento foi quando o ex-prefeito foi questionado pelo vereador Do Carmo sobre acordos verbais e a falta de documentação de algumas fases do projeto. “Nosso grande problema nessa CPI, é questão da metragem do projeto, que apresentou problemas na cobertura e por isso gerou um aditivo. Esse projeto inicial foi protocolado na Prefeitura de Maringá?”, perguntou. Segundo Pupin, esse projeto não chegou a ser protocolado no Paço, e apresentou somente o projeto que consta na Ordem de Serviço com 36.547,94 m².
De acordo com Do Carmo, “fica complicado ainda mais em se tratando de uma CPI, pra chegar a uma conclusão sabendo que o projeto era de 22 mil m², mas como não temos registro desses 34 mil m² em lugar algum protocolado dá a entender que a pessoa assume a licitação com 34 mil m², mas só executa 22 mil m² e com aditivo de R$ 280 mil”. Questionado ainda sobre a responsabilidade pelas tratativas de compensações e acordos, Pupin alegou que todas as informações foram transmitidas pelos secretários municipais e reconheceu: “o grande erro disso tudo, foi a falta de documentação”.
Pupin deu detalhes que incluíam datas, nomes e temas relevantes em determinadas reuniões sobre o empreendimento financiado pelo convênio entre prefeitura e governo federal. Conforme o presidente da CPI, vereador Sidnei Telles (PSD), a contribuição de Pupin reforçou os depoimentos anteriores e o ex-prefeito colocou-se à disposição da Câmara Municipal. A próxima reunião da CPI do Terminal Intermodal acontecerá na segunda-feira, (5), às 14h, será ouvido na condição de investigado, o ex-secretário Adolfo Júnior.
A CPI foi instalada na Câmara Municipal de Maringá no mês de março e tem 90 dias para concluir a investigação, que apura irregularidades na metragem causando prejuízos ao erário público. O prazo para conclusão do inquérito se encerra neste mês.
Cláudio Santos
Foto - Reprodução |
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