31.05.2018 |
Rodovias de Maringá são liberadas |
Desde a última semana com o início da mobilização de caminhoneiros em todo o Brasil e a intensificação da luta por especialmente duas demandas específicas, o governo federal se viu obrigado a dialogar com o movimento. Com críticas ao preço do diesel e a cobrança de pedágio mesmo em eixos levantados, em 10 dias todas as reivindicações foram atendidas e publicadas em Diário Oficial da União.
Após crise de desabastecimento gerada pelo bloqueio de estradas, situação se normalizou efetivamente nessa quarta-feira (30).
Em Maringá, desde a segunda-feira (21), data de início da greve, as principais rodovias do entorno, PR-317 e BR-376 estavam bloqueadas por centenas de caminhoneiros e apoiadores do movimento.
Com a impossibilidade de transposição dos pontos, a Cidade enfrentou nos últimos dias fechamentos de escolas e universidades, ausência de gás de cozinha, combustíveis e até alimentos. Desde a manhã de ontem, com a liberação gradual dos veículos parados nas estradas, com intervenção policial, estabelecimentos voltaram a receber insumos normalmente.
Após o terceiro dia da publicação das medidas no Diário Oficial, estradas do norte e noroeste do Paraná tiveram redução significativa no número de pontos de bloqueio. Pela ausência de lideranças no movimento, não há um número específico de locais fechados parcial ou totalmente por caminhoneiros, entretanto, a liberação das rodovias foi sentida principalmente em postos de combustíveis de Maringá. Depois do abastecimento em poucos postos na terça-feira (29), na manhã de ontem mais da metade das empresas atendiam com reservatórios reabastecidos.
Em virtude da crise de desabastecimento e da consequente redução de até 90% no fluxo de veículos, conforme registro da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), longas filas se formaram em praticamente todos os 50 postos que confirmaram o recebimento de caminhões-tanque. Segundo a assessoria de imprensa do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Sindicombustíveis), em Maringá há 77 postos registrados e a normalização total dos serviços deverá ser alcançada até à tarde de amanhã (1º).
No caso do Ceasa de Maringá, que estava com falta de produtos do hortifrúti, alimentos chegaram em maior quantidade na madrugada dessa quarta-feira. Para a direção do local, a normalização ainda não está completa em virtude do desabastecimento por aproximadamente 10 dias, fato que elevou o preço de itens como batata e tomate, especialmente.
Apesar dos alimentos mais caros, o cenário deve retornar aos patamares pré-greve a partir da próxima semana, com a queda dos custos.
Por meio da assessoria, a Prefeitura de Maringá confirmou que os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI’s) retornam as aulas normalmente na segunda-feira (4). Os portões ficaram fechados nos últimos dias em virtude da dificuldade de locomoção por parte de estudantes e especialmente pela ausência total de gás para o cozimento de refeições para 40 mil alunos, duas vezes por dia. A Universidade Estadual de Maringá (UEM) que também suspendeu o calendário afirmou que também no dia 4 as aulas retornam normalmente. Nos últimos dias, mais de 50 mil estudantes de Maringá ficaram em casa por conta da greve.
Para que a retomada dos serviços fosse feita em Maringá, dezenas de equipes da Polícia Militar atuaram nos pontos de bloqueio próximos ao município e sem qualquer registro de confusão organizaram a passagem de caminhões que estavam parados há mais de uma semana. Mesmo com a desobstrução das vias, a Cidade ainda enfrenta significativo desabastecimento do gás de cozinha. Mesmo com a chegada de caminhões com centenas de botijões nessa quarta, a quantidade é insuficiente para a normalização.
Segundo a presidenta do Sindicato das Empresas de Atacado e Varejo de Gás (Sinegás), Sandra Ruiz, que representa a categoria em toda a região, veículos estavam parados em diversos bloqueios de rodovias federais e estaduais e contam com o apoio da escolta da Polícia Militar.
Pelo fato do abastecimento dos botijões ser feito especialmente em Araucária, mesmo com a liberação total das rodovias a retomada do atendimento habitual será feita somente na próxima semana, visto o tempo para o translado aliada as filas que serão registradas no município próximo a Curitiba. Estabelecimentos gastronômicos de Maringá que ficaram fechados na terça-feira por falta de gás conseguiram atender normalmente na tarde de ontem.
Matheus Gomes
Foto - Reprodução |
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