Greve de caminhoneiros tem início em todo o Brasil
Dezenas de rodovias em todo o Brasil amanheceram bloqueadas nessa segunda-feira (21) por protestos de caminhoneiros. A ação organizada foi desenvolvida após cinco aumentos consecutivos no preço da gasolina e diesel, anunciados pela Petrobrás e o Governo Federal nos últimos 10 dias. Com o valor dos combustíveis próximo a R$ 5 em várias localidades, inclusive Maringá, um greve geral da categoria está em fase de construção.
Somente na região norte e noroeste do Paraná houve o registro do bloqueio parcial e total de sete vias. No entorno de Maringá, a maior mobilização em rodovias federais se deu na BR-376, próximo a Mandaguaçu.
Em locais sob a responsabilidade do Paraná, a PR-317 também foi bloqueada por um grupo, principalmente, de trabalhadores de Maringá e outros municípios próximos. Até o final da tarde de ontem, a adesão ao movimento era inferior aos protestos registrados em 2015, que possuíam as mesmas reivindicações.
Bem como em outras regiões do País, na última sexta-feira (18) caminhoneiros decidiram pelo início de greve nesta semana depois de um aumento de aproximadamente R$ 0,40, em média, somente no caso do diesel.
De acordo com o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Paraná (Sindicam), em assembleia geral e extraordinária realizada há cinco dias, o grupo decidiu, por unanimidade, aderir aos protestos. Desta forma, a categoria está unida pela redução do preço do óleo diesel ao mesmo tempo em que pedágios parem de cobrar em casos de eixo suspenso.
Segundo o presidente do Sindicam, Laertes de Freitas, via nota oficial, há registro de paralisações em 15 rodovias federais do Paraná e outras 17 em rodovias estaduais.
Em localidades sob a responsabilidade da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), durante várias horas, todas as vias, nos dois sentidos, ficaram fechadas e com autorização de passagem somente para ambulâncias e caminhões com produtos perecíveis. Em pelo menos seis trechos, houve a confirmação da queima de pneus, como forma de chamar a atenção para as duas reivindicações.
No caso das estradas federais, a Advocacia Geral da União (AGU) conquistou ação de interdito proibitório que restringe a atuação dos caminhoneiros. Por parte de um juiz federal, de Curitiba, uma liminar de proibição da greve foi divulgada e prevê multas de até R$ 100 mil por hora de paralisação nas rodovias. No trecho mais próximo a Maringá, na BR-376, após o Contorno Norte, o fechamento das duas vias foi de apenas 30 minutos. No restante do dia, veículos ficaram estacionados no acostamento e bloquearam apenas uma pista em um dos sentidos, fato que não reduziu significativamente a fluidez do trânsito.
Também de forma a coibir a ação, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) encaminhou para o Governo Federal, por meio do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, um ofício para somar a AGU sobre irregularidades cometidas diante da greve.
Desta forma, a instituição deixou claro se a paralisação abranger todas as vias, mediante bloqueio total, a situação será considerada um crime, por violar o direito a locomoção. A medida não possui valor legal nas rodovias estaduais, como a PR-317, onde o protesto próximo a Maringá teve mais volume. Mesmo com as restrições e adesão menor, diferente do que fora visto há três anos, a paralisação não tem prazo para se encerrar, entretanto, deve ser revista na manhã de quinta-feira (24), pelo próprio movimento.