28.06.2018 |
Servidores da Educação não querem câmeras em salas |
O projeto de lei que propõe a instalação de câmeras de segurança dentro das salas de aula em Maringá está em pauta na Câmara Municipal.
A Secretaria de Educação fez a proposta, mas muitos servidores são contrários à instalação, como mostra a pesquisa realizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
O relatório apontou que dos 3.384 servidores da educação que responderam ao questionário apenas 556 foram favoráveis ao monitoramento dentro das salas de aula. 1.938 servidores são de CMEI’s e 1.211 de escolas municipais.
Os votos a favor somaram 230, entre as 51 escolas pesquisadas e 321 entre os servidores dos centros de educação infantil.
Dos 15 vereadores, apenas cinco marcaram presença na importante discussão: Carlos Mariucci (PT), Mário Verri (PT), BelinoBravin (PP), Sidnei Telles (PSD) e Alex Chaves (PHS). Participaram também, os representantes da Secretaria Municipal de Educação, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Sismmar, o Conselho Municipal de Educação e da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
O advogado do Sindicato dos Servidores, Silvio Januário, defendeu o posicionamento da entidade. “Infelizmente, o projeto foi feito para monitorar o professor, pressupondo que o professor é o grande vilão da sala de aula e pode colocar os filhos dos cidadãos e cidadãs maringaenses em perigo. A violência não está dentro das salas de aula, a violência não está nos corredores, a violência está subindo os muros das escolas.
Nós temos que evitar que o crime ocorra. Então tem que discutir a segurança total e não apenas em sala de aula”, argumentou.
Os conselheiros tutelares presentes também foram contrários à instalação. A professora Ivana Veraldo, pesquisadora da UEM na área da educação infantil, disse que a instalação de câmeras nas salas fere o aprendizado do próprio aluno. “Nossa educação, principalmente a educação pública, está sofrendo ataques constantes e eu considero que esse projeto de lei de introduzir câmeras de vigilância nas salas de aula nas escolas públicas municipais é mais um ataque a nossa educação pública”.
Maria Inez Benites, diretora de Gestão Educacional da Secretaria de Educação de Maringá, explica que o espaço foi importante para que o município possa tomar a melhor decisão sobre o assunto. “Isso é um ato democrático, as discussões estão evoluindo e nesse sentido, enquanto educadores, nós temos que evoluir nas discussões. Nós temos que fazer as nossas leituras, e ter a certeza daquilo que a gente vai decidir”.
Segundo o vereador Alex Chaves, os parlamentares irão analisar os argumentos contrários e favoráveis à instalação, para depois tomar a melhor decisão sobre a lei. Ainda há possibilidade de apresentação de emendas ao projeto. “Quero dizer pra vocês que estou de coração aberto, pra tentar aprender e para construir um projeto adequado, que possa em primeiro lugar, proteger nossas crianças, mas também possa salvaguardar os servidores, e manter nossa comunidade unida, com os pais felizes e os nossos servidores também”, afirma Chaves.
Melaine Nabas
Foto - Reprodução |
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