10.10.2018 |
“Gatorade” de cocaína é usado para matar presos |
Toledo - A morte de três presos na Cadeia Pública de Toledo de maio a agosto deste ano é investigada pela Polícia Civil. Embora sem sinais físicos evidentes, a suspeita é de que eles tenham sido mortos por outros detentos.
A polícia aguarda laudos toxicológicos e de necropsias e trata tudo no maior sigilo.
Entretanto, jornalistas foram informados que as mortes foram causadas por uma mistura feita com uma colher de cocaína em uma garrafinha de água, conhecida dentro da cadeia como “Gatorade”. Quem é obrigado a tomar a bebida morre em até duas horas de falência múltipla dos órgãos, porque ocorre uma espécie de infarto. Em Toledo, as mortes seriam fruto de uma briga de quadrilhas dentro da cadeia, com direito a tortura psicológica. “Eles fazem essa bebida e obrigam os detentos a tomar. Quem ingere sabe que a morte é certa”, conta um policial civil da região, que terá a identidade preservada. Segundo esse policial, a prática é comum dentro das cadeias: “Isso acontece em todas as regiões do Estado pelos mais diversos motivos. Detentos que identificam os ‘duques’ (presos acusados de estupro de vulnerável), por exemplo, fazem esse tipo de tortura que leva o detento à morte”, relata.
Contudo, ninguém mais ousa falar sobre o assunto e não há dados oficiais ou registros a respeito.
As drogas, assim como outros objetos, entram nas carceragens mesmo diante da revista dos agentes carcerários por conta da superlotação e da falta de pessoal para atuar nas cadeias.
Na cadeia de Toledo, por exemplo, há 179 detentos em um espaço para 46 pessoas: ou seja, quase quatro presos no espaço de um.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB), de Toledo, informa que não tinha conhecimento das mortes e prometeu acompanhar os casos.
TC – com Agências |
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