No ano em que o rompimento de uma barragem em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, deixou 270 mortos, foram registrados outros 11 relatos de acidentes e 58 incidentes em 15 estados. O levantamento foi feito pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e consta do Relatório de Segurança de Barragens 2019.
De acordo com o relatório, houve aumento na quantidade de barragens que preocupam os órgãos fiscalizadores. Em 2019, 156 barragens de 22 estados estavam em situação crítica, um aumento de 129% em relação às 68 estruturas que acenderam alerta vermelho das entidades no ano anterior. Segundo a ANA, o método mais utilizado pelos fiscais naquele ano foi a verificação in loco.
O número de ações de fiscalização também aumentou entre 2018 e 2019. No primeiro, foram realizadas 920 ações nas barragens e, no segundo, foram 2.168 iniciativas.
Os órgãos fiscalizadores também emitiram 1.716 autuações a 500 empreendedores que estavam descumprindo os regulamentos de segurança de barragens, segundo o relatório.
O Relatório de Segurança de Barragens também constatou que, das 7.257 estruturas catalogadas, há 1.096 barragens classificadas, ao mesmo tempo, nas categorias de Dano Potencial Associado e Categoria de Risco. Isso indica preocupação para populações e infraestruturas localizadas abaixo da barragem, caso ela se rompa.
Em Brumadinho, o rompimento da barragem B1, da Vale, em janeiro de 2019, atingiu a estrutura administrativa da mineradora e, inclusive, um refeitório, no momento em que os trabalhadores interrompiam o serviço para almoçar.
O número de barragens em risco de causar estrago também aumentou. Em 2018, elas era 909.
Foto – Reprodução