A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) comunicou nesta sexta-feira (23) que autorizou a importação de 6 milhões de doses da vacina Adsorvida Covid-19, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.
A solicitação para a aquisição das doses foi feita pelo Instituto Butantã, que desenvolve o estudo clínico do imunizante do Brasil, atualmente na fase três de testagem. A vacina ainda não tem registro da Anvisa.
A decisão destaca que a carga importada “ficará sob a guarda do Instituto Butantan, seu fiel depositário, mediante termo de guarda específico pertinente, que deverá mantê-la em suas instalações e em perfeitas condições de acondicionamento, até que seja autorizada a utilização”.
No início da semana, o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, comunicou que 46 milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Sinovac seriam utilizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), após a aprovação da Anvisa.
A declaração, no entanto, não foi bem recebida pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou que a vacina chinesa não parece segura por “sua origem”. Ele afirmou que o “povo brasileiro não será cobaia” do imunizante chinês.
Segundo Bolsonaro, não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. “Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, disse.
Além da Coronavac, existem outras vacinas contra a covid-19 em produção no Brasil, das quais o governo federal já fez acordo com a Universidade de Oxford para a fabricação de doses pela Fiocruz a partir de 2021. Está prevista a compra de 100 milhões de doses do imunizante no primeiro semestre de 2021 e mais 110 milhões na segunda metade do ano.
Foto – Reprodução