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A eleição está próxima e o número de candidatos a vereador é recorde em Maringá. Temos aí quatro centenas de sequiosos aspirantes a cadeiras que darão direito a polpudos subsídios mensais durante quatro anos na Câmara Municipal.

De zelador a doutor, passando por todas as profissões, ocupações e dedicações, a maioria quer mesmo é ser “autoridade”. E para isso, como na guerra e no amor em eleição também se valem de tudo para embromar e ganhar o eleitor.

Contrariando o que possa parecer, as falhas e vícios não se restringem a afoitos candidatos. Os eleitores também são despreparados e votam mal.

Escolhem pela simpatia, por conhecer do bar, churrasco, vizinhança, e até por achar que será mais um palhaço para desmoralizar a política, A maioria dos candidatos pensa exatamente o mesmo e procura se aproveitar desses “handicaps”. 

Mas antes de uma eleição municipal, nunca é tarde para candidatos e eleitores conhecerem a missão do vereador. Ele é o representante mais próximo do povo, responsável pela elaboração das leis municipais e fiscalização da atuação do Executivo representado pelo prefeito.

Os vereadores – que se denominam nobres pares – são os responsáveis por propor, discutir e aprovar ou rejeitar as regras de competência municipal. São responsáveis também por verificar se os recursos municipais estão sendo aplicados devidamente e acompanhar o orçamento – você conhece algum vereador que faz isto?

A maioria das pautas da Câmara deve tratar de assuntos relacionados a impostos, educação, transporte ou saneamento — sempre em nível municipal. Também deve ser debatida a Lei Orçamentária que define como devem ser aplicados – no ano seguinte – os recursos oriundos dos impostos pagos pelos cidadãos e outras transferências constitucionais.

Outra parte do trabalho do vereador é ser acessível para ouvir o cidadão, contrário àquelas figuras que só aparecem de quatro anos para pedir voto. O bom vereador apresenta periodicamente o trabalho realizado, o andamento das reivindicações que recebeu dos cidadãos, os avanços que conseguiu, o resultado da fiscalização que tem por dever realizar para garantir a boa aplicação dos recursos públicos nas ações da prefeitura.

Se você não aplica essas considerações para escolher candidato, você é um cidadão que desconstrói. Eleger os piores e trabalhar contra você mesmo, sua família, bairro, cidade. Um exemplo: que consideração merece um cidadão que escolhe para participar de decisões nacionais um palhaço Tiririca?

Já exorcizada a cor e a estrelinha vermelha, os candidatos do PT ainda têm um dilema: usar ou não a imagem do decadente ex-líder Lula? Disputando a prefeitura da grande Recife contra um primo, a candidata petista Maarília Arraes exorcizou até o nome do avô Miguel: só usa “Marília”.

Com a esquerda enfraquecida, Marília tenta atrair votos de centro-direita e constrange o PT pernambucano com pautas consideradas “bolsonaristas”. A tática “vale tudo” tem razão forte: Bolsonaro foi o primeiro colocado no primeiro turno de 2018 em Recife.

Na eleição próxima o Novo é o partido com o maior aumento percentual de candidaturas em todo o Brasil. Cresceu 330,56%, passando de 144 para 620 candidatos.

O Podemos (Pode) também aumentou as candidaturas em 104,99%; o Partido Social Liberal (PSL) cresceu 105,8%. O PSL lidera no quesito de números absolutos, 11.139 candidatos à mais que no pleito anterior:  de 10.528 para 21.667.

Descendo a ladeira, à frente está o Partido Comunista Brasileiro (PCB). De 243 candidatos inscritos em 2016, tem hoje apenas 75, diminuição de 69,14%. A Democracia Cristã que em 2016 disputou a eleição como Partido Social Democrata Cristão encolheu 39,07%: de 7.607 para 4.635. Mas em números absolutos o PV tem a maior perda: 5.089 candidatos a menos que há quatro anos.

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