Faleceu hoje a professora Angela Pires Caniato, a primeira psicóloga a atuar em Maringá. Professora do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá, ela fez parte da comissão (1976) de criação do curso, que começou a funcionar em 1979.
A Associação Brasileira de Psicologia Social informou numa rede social a morte da professora Angela Maria Pires Caniato, ex-presidente da entidade por dois mandatos. A Abrapso lembrou que um de seus textos, publicado em 1983, “revela a sua postura corajosa e inovadora, bem como a sua perspectiva crítica, politizada e essencial na iluminação de uma Psicologia Social voltada para os interesses da população brasileira. “Para construirmos uma nova Psicologia é necessário assumirmos a não-neutralidade da ciência. Traduz-se isso em aceitarmos que toda ação é uma ação política, e que, portanto, a ciência (ação) é uma ação política. Quanto, a uma nova psicologia significa assumir uma postura ideológica-política e uma ação coerente teórico-prática”.
Em 2015 ela recebeu a medalha da Associação Latino-Americana de Treinamento e Ensino de Psicologia (Alfepsi), o maior reconhecimento latino-americano pela contribuição de um profissional com o ensino e a pesquisa em Psicologia.
Angela Caniato foi indicada ao Prêmio pela Associação Brasileira de Ensino da Psicologia. Ela ainda integrou o Conselho Federal de Psicologia (2011-2013).
A tese de doutorado de Angela Caniato envolveu pesquisa com ex-presos políticos torturados pela ditadura militar de 1964. “Entendo que foi a vida acadêmica desenvolvida na Universidade, desde 1972, que me permitiu um contato contínuo com a metodologia científica. Em especial agora na Pós-Graduação em Psicologia. Portanto, devo muito à UEM”, disse ela à época.
Angelo Rigon
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