Em áudio encaminhado para um grupo de WhatsApp, Solange Lopes, coordenadora do Curso de Medicina da Unicesumar, comentou a realidade enfrentada por muitos hospitais neste momento da pandemia. Solange se mostra preocupada com o aumento dos casos, a falta de leitos e de profissionais da Saúde para atender os casos positivados.
“Eu estive na reunião da Prefeitura com todos os representantes de hospitais do município e autoridades sobre a situação da Covid-19 em Maringá. A gente ouve muitas notícias e não sabemos o que é verdade, mas ontem foi esclarecido e a realidade é muito grave. Os hospitais particulares realmente estão com capacidade estrangulada, vários com 100% da capacidade tomada, inclusive da UTI. Vários hospitais estão sem médicos, faltando enfermeiros”, disse ela.
Na segunda-feira, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, abriu credenciamento para contratação de pessoas físicas para a prestação de serviços de Enfermagem para atendimento nas unidades de saúde no combate à pandemia de coronavírus. A abertura dos envelopes e análises dos documentos para terceira fase será no dia primeiro de dezembro. Solange também comentou o assunto.
“A Prefeitura está lançando edital de contratação de médicos e enfermeiros com urgência. Pedindo para as universidades como a Unicesumar até mesmo antecipar a colação de grau dos formandos para contratar esse pessoal. E não adianta ter dinheiro ou plano de saúde, a questão é não ter lugar para internar e atender os pacientes. A colação de grau na Unicesumar será dia quatro de dezembro e os formandos vão poder participar do edital do município, que termina dia 18, e também do Hospital Municipal de Maringá que vai até dia 12 de dezembro. Temos tempo hábil”, informou Solange.
Segundo a coordenadora, durante a reunião foi dito que, talvez até em função das novas cepas, o vírus tenha sofrido modificação e estão aparecendo mais problemas respiratórios nos jovens.
“A secretária de Saúde relatou que alguns estão precisando de suporte de oxigênio. A própria ciência não tem essas explicações para todas as consequências da doença, mas é certo que os jovens não são imunes; e ainda podem transmitir para pais, avós, outras pessoas”, alertou ela.
Sobre o assunto, Domingos Trevisan, Chefe de Gabinete da Prefeitura, também se pronunciou. Falou que não é causar terrorismo, mas expor a realidade que Maringá enfrenta nesse momento de pandemia.
“Quando você não tem vaga, pode ter o melhor plano de Saúde do mundo que não funciona. Na terça-feira já tivemos caso de paciente com plano que não conseguiu e buscou a UPA Zona Norte para ser atendido. Esse quadro pode se tornar muito comum. Por isso imploramos a população para que tomem todos os cuidados necessários; não importa ser rico ou pobre nesse momento. Precisamos cuidar com responsabilidade do nosso sistema de saúde”, disse Trevisan.
“Algumas pessoas podem achar que é exagero, eu prefiro manter os cuidados e acreditar nos dados da ciência, colaborando com as autoridades sanitárias. É duro ver nossa Cidade assim em relação a pandemia, sabendo que a situação estava controlada. Precisamos ter uma tomada de consciência da nossa obrigação. Tomar atitude mudando de atitude” finalizou Solange Lopes.
MEC
Importante lembrar que o Ministério da Educação autorizou a formatura de alunos dos cursos de medicina, enfermagem, farmácia e fisioterapia, exclusivamente para atuação nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus. A Portaria nº 374/2020 foi publicada dia seis de abril no Diário Oficial da União.
A medida é de caráter excepcional e vale para instituições federais de ensino enquanto durar a situação de pandemia. Alunos com 75% da carga horária cumprida sobre internato médico ou estágio supervisionado, podem ter colação antecipada. Toda articulação, contando seleção e alocação dos trabalhadores, é articulada entre órgão de saúde municipais, estaduais e distritais.
Victor Cardoso
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