A fisioterapeuta Camila S.J., de 31 anos, ainda está se recuperando da Covid-19 e do susto que levou ao receber a segunda confirmação da doença no intervalo de 50 dias. Hoje ela entra no sexto dia de tratamento da doença em isolamento domiciliar, sem poder ter contato com o marido e a filha de seis anos por outros longos 14 dias.
“Minha vida, hábitos e desejos mudaram muito nesses últimos 50 dias. Ainda estou tentando assimilar a notícia de pegar o vírus duas vezes em menos de dois meses. É um baque grande. Mas tenho fé e força porque dessa vez os sintomas estão mais fortes e preciso me reerguer”, diz Camila.
O primeiro caso foi detectado no dia 6/10 quando sentiu apenas dores de cabeça e depois irritação na garganta três dias antes de procurar o médico. “Não pensava que estava com corona. Senti uma forte dor de cabeça, irritação na garganta e um pouco de dor nos olhos. Como meu irmão fez o teste e deu positivo, fui fazer para desencargo de consciência e para minha surpresa deu positivo. Cumpri o isolamento, tomei a medicação e sarei”.
Curada, Camila voltou a trabalhar normalmente e a praticar corrida, onde segundo ela, é um dos poucos momentos que retira a máscara de proteção do rosto. O álcool em gel, a higienização constante das mãos e evitar aglomerações também são protocolos adotados desde o início da pandemia.
Na semana passada a fisioterapeuta começou a sentir sintomas semelhantes ao da primeira contaminação, porém mais fortes e com mais um incômodo, crises de tosse. “Fui novamente na Unimed e até os médicos me tranquilizaram dizendo que estava muito recente para pegar Covid novamente. Ao receber o resultado positivo, confirmado no dia 26/11, meu mundo caiu. Estou em isolamento novamente, trancada no meu quarto que tem banheiro, longe da minha filha que está passando esses dias na minha mãe e sem contato com meu marido. Ver a vida acontecer lá fora pela minha sacada é triste demais. Nessa segunda vez tenho também tosse, hoje (ontem) comecei a ter uma certa resistência respiratória e ando com a garganta irritada 24 horas por dia. São mais dores e mais fortes. Como tenho asma severa estou preocupada, mas com fé que vencerei essa doença traiçoeira e perigosa pela segunda vez. Não espero ter a terceira contaminação, acho que nem existe caso, né?”.
Camila diz que não sabe onde contraiu o vírus em nenhuma das vezes e aconselha. “Cuidem-se, redobrem a atenção, cumpram todos os protocolos recomendados e não saiam de casa se puderem. A doença desgasta, nos desafia e nos dá medo de perder alguém ou deixar quem nos ama. Todo cuidado é pouco”, finaliza.
Dayani Barbosa
Foto – Jornal do Povo
