Início Policial Gaeco vai às ruas de cidades paranaenses contra fraudes em licitações

Gaeco vai às ruas de cidades paranaenses contra fraudes em licitações

Ao todo, 67 prefeituras do Paraná, São Paulo e Santa Catarina foram lesadas, entre elas está a de Maringá.

A Operação Pasteiro foi deflagrada ontem em Londrina pelo Gaeco para cumprir 62 mandados de busca e apreensão em 17 cidades paranaenses. O alvo é uma quadrilha, composta também por empresários, que combinavam entre si a participação em pregões presenciais. A manobra excluía a concorrência e determinava previamente quais empresas ganhariam a licitação pública da vez.

De acordo com o apurado nas investigações o esquema teria desviado R$ 10 milhões dos cofres de 69 prefeituras, alvo dos criminosos. A ação foi batizada de Pasteiros, pelo fato de que muitos empresários transitavam pelas salas de aberturas de propostas, ostentando pastas vazias. Os mandados foram cumpridos em residências e empresas dos investigados em Santo Antônio da Platina, Jacarezinho, Curiúva, São João do Ivaí, Andirá, Maringá, Jandaia do Sul, Mandaguari, São Sebastião da Amoreira, Astorga, Cornélio Procópio, Assaí, Arapongas, Cambé, Ibiporã e Londrina. Na Região Metropolitana de Maringá foram vítimas também do golpe as prefeituras de Floresta, Santa fé e Sarandi.

A investigação começou em 2018 a partir de uma outra operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado. Por meio de delações premiadas foi possível apurar que o esquema funcionava desde 2014, sempre em pregões presenciais. Segundo o promotor de justiça Leandro Machado, do Gaeco de Londrina, mais de 100 empresas faziam parte do esquema. A mesma organização criminosa atuava em São Paulo e Santa Catarina.

Segundo o Gaeco, os empresários ou representantes das empresas que participavam das licitações reuniam-se antes do julgamento das propostas e decidiam quais empresas seriam as vencedoras das licitações promovidas pelos municípios. O “acerto” entre os empresários consistia na divisão, entre os interessados, dos lotes dos produtos licitados ou no pagamento de determinada quantia para que os concorrentes renunciassem à disputa.

“A prática permitia que os responsáveis pelo esquema vencessem as licitações sem qualquer concorrência, ainda conforme as investigações, para arrematar os lotes dos produtos em valores muito próximos ao máximo previsto no edital, causando prejuízo aos cofres públicos”, informou o promotor Leandro Machado, acrescentando que pelo menos 293 pessoas teriam participado das fraudes, que tinham envolvimento também de funcionários que compareciam como propostos das empresas.

Redação JP
Foto – Reprodução

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