“Infelizmente o coração dela não aguentou. Agradeço todas as orações, energias positivas e palavras que recebi nesses dias”, escreveu Liah Souza ao anunciar a morte da mãe, Celina Antonio da Silva Souza, em decorrência da Covid-19. Celina era auxiliar de enfermagem e atuava na linha de frente contra o novo coronavírus na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte. A mulher de 51 anos era servidora pública desde agosto de 2010 e dedicou parte da vida a cuidar dos outros.
Celina testou positivo para a covid-19 no dia 23 de novembro e estava internada desde o dia 26. Chegou a ser transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Rita no domingo, 29, mas não resistiu e faleceu às 6h30 de ontem. A morte provocou comoção entre familiares, amigos, servidores e profissionais da área da Saúde.
“Celina era uma grande profissional na linha de frente que ajudou salvar muitas vidas. Pessoa querida entre colegas e pacientes. Meus sentimentos aos amigos e familiares. Maringá está luto, não só pela Celina, mas por todas vítimas desse vírus. Precisamos nos cuida e prevenir. Podemos frear o aumento de casos respeitando as medidas restritivas”, escreveu o Prefeito Ulisses Maia nas redes sociais.
CARREATA
Uma carreata a favor da vida foi organizada para lembrar todas as vítimas da Covid-19, dar força para os que enfrentam a doença e ressaltar o estresse dos profissionais que estão na linha de frente desse combate durante a pandemia. Aconteceu ontem, a partir das 14 horas, percorrendo diversas avenidas importantes da Cidade. Ação também serviu para ressaltar que todos os cuidados possíveis devem ser mantidos para evitar a infecção.
A carreata passou pelas avenidas: Curitiba, XV de Novembro, São Paulo, Morangueira, Dr. Alexandre Rasgulaeff, Pedro taques, Sophia Rasgulaeff, UPA zona norte, Avenida Lucília de Held, Dr. Alexandre Rasgulaeff, Pedro taques, Laguna e Cemitério Municipal. O início do trajeto foi no Hospital Santa Rita e terminou as 17 horas com o sepultamento de Celina.
AFASTADOS
A diretora do Hospital Municipal de Maringá, Caroline Miguel de Abreu, informou que mais de 50% dos servidores do local estão de atestado. São profissionais afastados por esgotamento profissional e estresse causados pela sobrecarga profissional durante a pandemia; problemas que acometem milhares de profissionais da saúde no Brasil.
Durante entrevista, ela reforçou o momento difícil que o mundo passa e que os médicos, técnicos e enfermeiros estão sofrendo uma sobrecarga física e psicológica. Com essa realidade, não é somente a falta de leitos, taxa de ocupação ou falta de materiais que preocupam, há também preocupação com recursos humanos.
“As pessoas adoecem. Há um estresse, há uma carga psicológica muito grande. A administração tem tomado medidas para ajudar os colaboradores, como foi a criação de escalas diferenciadas e os chamamentos de profissionais da área da saúde para compor o quadro de funcionários. Mesmo com tudo o que a gente tem feito, nossa taxa de atestado e absenteísmo já está ultrapassando os 50% mesmo com todos os cuidados, mesmo com escalas diferenciadas”, explicou Caroline.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução
