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Sindicalista é preso por incêndio que destruiu 7 ônibus na garagem da “Cidade Verde”

De posse de mandados de prisão e apreensão, agentes da PC prenderam ontem o sindicalista Odair José de Moura, suspeito de comandar a ação dos incendiários em Sarandi.

O incêndio criminoso ocorreu no dia 23 de setembro desse ano, durante a greve que paralisou parcialmente o transporte coletivo urbano da Região Metropolitana de Maringá. Odair era investigado como um dos principais suspeitos pelo crime ocorrido na garagem da empresa durante a madrugada. Câmeras de segurança gravaram imagens da ação dos incendiários e também da atuação do diretor do Sinttromar (Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Maringá), que teria locado o carro usado na ação criminosa. A câmera da locadora mostra também Odair devolvendo o veículo após o incêndio, praticado por quatro homens que aparecem nas imagens em poder da polícia, pulando o muro da garagem com galões de gasolina nas mãos. A mesma câmera registra eles ateando fogo nos ônibus e voltando para o carro, supostamente dirigido por Odair.

Os quatro suspeitos de atear fogo nos ônibus da empresa Cidade Verde, de Transporte Metropolitano foram identificados como sendo sindicalistas da SINTTRANS de Sorocaba, que teriam vindo para participar da organização da greve na Região Metropolitana de Maringá. De acordo com a polícia, a coleta de indícios apontaram também para o possível envolvimento de pessoas ligadas ao SINTTROMAR. As investigações identificam como participante direto o diretor Odair José de Moura , preso ontem. Com ele, os policiais apreenderam R$ 12 mil em espécie. O delegado Adriano Garcia, que comanda as investigações, disse que o inquérito reúne até agora mais do que indícios. A operação que foi deflagrada ontem para cumprir os mandados de prisão e apreensão, inclusive de documentos na sede do Sinttromar, foi batizada de Ludismo, em referência ao movimento de trabalhadores ingleses do ramo de fiação e tecelagem no século XIX.

Os mandados de apreensão e prisão, expedidos pela Justiça de Sarandi, mobilizaram também a polícia de São Paulo, que procura os demais suspeitos nas cidades de Sorocaba e Votorantim. O delegado Adriano e a equipe por ele comandada busca agora saber se há algum nível de envolvimento da diretoria do Sinttromar no caso, tendo em vista a greve de motoristas que órgão de classe deflagrou na ocasião. Entre os documentos buscados ontem na sede do sindicato estariam notas que poderiam comprovar o pagamento de estadias em hotel de Maringá, dos quatro sindicalistas trazidos do interior de São Paulo para participar da greve e que são apontados como incendiários. Os documentos apreendidos ainda serão analisados pela equipe do Dr. Adriano.

O que diz o Sinttromar – Insistindo que em nenhum momento deixou de colaborar com as investigações, a diretoria do Sinttromar afirmou em nota: “O Sinttromar reforça seu posicionamento, já divulgado em notas anteriores, de que a entidade não teve qualquer relação com o atentado, tendo, portanto, total interesse no esclarecimento dos fatos com seriedade e com a maior brevidade possível. Essa apuração é necessária para que o Sinttromar possa, num segundo momento, tomar as medidas cabíveis na Justiça contra inverdades divulgadas sobre a entidade”.

No que diz respeito ao dirigente suspeito, a diretoria do Sinttromar argumenta que o mesmo nega qualquer envolvimento no crime e “portanto, não há mais nada a declarar sobre o assunto”. Por fim, a entidade sindical disse repudiar o que chamou de veemência e truculência dos policiais na ação de busca e apreensão cumprida ontem em sua sede.

Redação JP
Foto – Corujão Repórter

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