As notícias de tantas mortes de pessoas próximas, anônimas, e de famosas, conhecidas, como a do prefeito eleito de Goiânia, Maguito Vilela, que fez carreira política, atuando por 43 anos, nos levam a constantes reflexões, como nos convida o título e o texto, que apresentaremos mais abaixo.
Nascido em Jataí, Goiás, em 1949, Luís Alberto Maguito Vilela iniciou sua carreira no esporte. Aos 17 anos, entrou para o futebol e atuou profissionalmente pelo clube Jataiense. A trajetória política começou aos 28 anos, quando foi eleito vereador da cidade, dois anos depois de se filiar à Aliança Renovadora Nacional (Arena).
Em 1980, escolheu filiar-se ao MDB e foi onde continuou por toda a vida. Depois disso, foi deputado estadual (1983-1987), deputado federal (1987-1991), vice-governador de Goiás (1991-1994) e governador de Goiás (1995-1998). Cumpriu um mandato como senador, de 1999 a 2007. Em seguida, foi prefeito de Aparecida de Goiânia e atuou de 2009 a 2017 no executivo da cidade.
Se você soubesse que hoje iria morrer – o que faria? Esta pergunta foi feita a um homem, no Século XIII. Era um ser iluminado.
Nascido em berço de ouro, conheceu as delícias da abastança. Filho de rico mercador, trajava-se com os melhores tecidos da época. Sua adolescência e juventude foram impregnadas das futilidades daqueles dias, em meio a expressivo número de amigos.
Assim transcorria sua vida, quando um chamado se deu a esse jovem. Então, ele se despiu dos trajos da vaidade e se transformou no Irmão Francisco, o irmão dos pobres.
Sua alma se encheu de poesia e ele passou a compor versos para as coisas pequeninas, mas muito importantes, da natureza. Chamou irmãos à água, ao vento, ao sol, aos animais. Exalava o odor da alegria que lhe repletava a intimidade. Muitos amigos o seguiram, abraçando os lemas da obediência, pobreza e castidade. Amigos na opulência, amigos na virtude.
Certo dia, enquanto arrancava do jardim as ervas daninhas, Frei Leão, que o observava, lhe perguntou: Irmão Francisco, se você soubesse que morreria hoje, o que faria?
Francisco descansou o ancinho, por um instante. Seus olhos, apagados para as coisas do mundo passageiro, pareceram contemplar paisagens interiores de beleza. Suspirou, pareceu mergulhar o olhar para o mais profundo de si e respondeu, sereno:
Eu? Eu continuaria a capinar o meu jardim. E retomou a tarefa, no mesmo ritmo e tranquilidade.
Quantos de nós teríamos condições de agir dessa forma? A morte nos apavora a quase todos.
Tanto a tememos que existem os que sequer pronunciamos a palavra, porque pensamos atraí-la. Outros, nem comparecemos ao velório de colegas, amigos, porque dizemos que aquilo nos deprime, quando não nos atemoriza. Algo como se ela nos visse e se recordasse de nos vir apanhar.
E andamos pela vida como se nunca fôssemos morrer. Mas, de todas as certezas que o mundo das formas transitórias nos oferece, nenhuma maior que esta: tudo que nasce, morre um dia.
Assim, embora a queiramos distante, essa megera ameaçadora que chega sempre em momentos impróprios, vem e arrebata os nossos amores, os desafetos, nós mesmos.
Por isso, importante que vivamos cada dia com toda a intensidade, como se nos fosse o derradeiro.
Não no sentido de angústia, temor, mas de sabedoria. Viver cada amanhecer, cada entardecer e cada hora, usufruindo o máximo de aprendizado, de alegria, de produção.
Usar cada dia para o trabalho honrado, que nos confira dignidade. Estar com a família, com os amigos. Sorrir, abraçar, amar.
Realizar o melhor em tudo que façamos, em tudo que nos seja conferido a elaborar. Deixar um rastro de luz por onde passemos.
Façamos isso e, então, se a morte nos surpreender no dobrar dos minutos, seguiremos em paz, com a consciência de Espíritos que vivemos na Terra doando o melhor e, agora, adentraremos a Espiritualidade, para o reencontro com os amores que nos antecederam. Pensemos nisso.
A este texto, do Momento Espírita, que fala da vida de São Francisco de Assis, cujo nome era Giovanni di Pietro di Bernardone, Assis (Assis, 1181 ou 1182 — 3 de outubro de 1226), foi um frade católico nascido na atual Itália, (fonte Wikipédia), poderíamos concluir:
Será que Maguito Vilela estava preparado para morrer? Quantos políticos querem poder, para poder ajudar, trabalhar pelo povo? Será que os 43 anos na política foram dedicados ao bem, sem envolvimento com ‘mal feitos’, por diria Dilma? E agora, surpreendido, talvez nem tanto, pela morte, como estará, como ficará?
Aos 71 anos na atual existência, depois de 08 anos como prefeito de uma cidade menor da região metropolitana de Goiania, quis ser prefeito da capital. Seria contaminado se não estivesse em campanha onde as aglomerações são invitáveis?
Que políticos gananciosos por poder e riqueza (não estou dizendo que era o caso), busquem exemplo na história de São Francisco e pensem que um dia morrerão. E não se enganem, pois a vida não acaba no túmulo e as conseqüências da corrupção, da mentira, da negação da gravidade do coronavírus, ou aproveitamento para ‘roubar’, serão graves. Não esperem o nada. Não contem com o perdão de sacerdotes, ou aceitação de Jesus como salvador. Muitos viverão o inferno e não haverá juízes, desembargadores nem ministros de tribunais superiores para lhes deixar impunes (esses também devem se cuidar). Pensem nisso.
(*)Akino Maringá, colaborador do Blog do Rigon
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