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Vereador diz que caiu em golpe e não usou auxílio emergencial

Rafael Roza, vereador eleito em Maringá pelo Partido Republicano da Ordem Social (Pros), resolveu se pronunciar sobre a acusação de ter recebido de forma indevida R$ 4,2 mil de auxílio-emergencial, do Governo Federal. Por meio de um vídeo divulgado no instagram, apresentou extratos bancários que, segundo ele, provam o recebimento do dinheiro, mas que o mesmo não foi utilizado e parte devolvida.

“Quem me conhece sabe que sempre procurei fazer as coisas da maneira mais correta possível.  No dia 27 de janeiro eu fiquei sabendo pela imprensa que o meu nome estaria envolvido com o recebimento do auxílio emergencial. Imediatamente me dirigi até uma agência da Caixa Econômica Federal para saber o que estava acontecendo. Foi visto que de fato o auxílio foi solicitado em meu nome de forma fraudulenta. Tanto é que, quando você faz a solicitação do auxílio e é aprovado, esse dinheiro vai para uma conta do aplicativo chamado ‘Conta Tem’, e a quantia nunca foi mexida. Foram feitos depósitos das parcelas e pela falta de uso, transferência ou qualquer tipo de movimentação algumas parcelas já retornaram para o Governo; outras estão para extornar”, disse ele no vídeo que dura mais de três minutos.

O vereador segue falando que o ocorrido prova que ele nunca fez nenhuma solicitação ou teve a intenção de usar o dinheiro. Continua reforçando que nunca teve acesso ao valor e apresenta comprovantes bancários para mostrar que nunca “tocou no dinheiro ou usou para algo”, como menciona.

“Infelizmente fui pego de surpresa através das notícias que foram postadas. O que me causa estranheza é meu nome ser profundamente caluniado logo após a Prefeitura ser alvo de uma ação popular de minha autoria onde questiono possíveis irregularidades na reforma administrativa. Reforma esta que é de interesse de muitas pessoas e muitos políticos. Os que me acusaram de estelionato ou enriquecimento ilícito ou até mesmo falsidade ideológica terão de comprovar isso na justiça”, conclui ele.

A conduta de receber o auxilio indevidamente pode configurar-se em estelionato, agravado por ser contra entidade de direito público, e falsidade ideológica. Para o crimes de estelionato e falsidade ideológica a pena prevista no Código Penal é de reclusão de um a cinco anos, e multa. Já a inserção de dados falsos em sistema de informações é reclusão de dois a 12 anos e multa.

De acordo com informações do Dataprev, o vereador teve creditadas cinco parcelas de R$ 600 cada e outras quatro de R$ 300. Movimentação feita entre abril e dezembro de 2020. Roza é sócio da empresa Roza & Camacho e tem imóveis declarados no valor de R$ 242.434,85. Ou seja, não se enquadra nos critérios para receber o auxílio emergencial, benefício destinado a famílias de baixa renda que enfretaram problemas durante a pandemia.

CRIS LAUER

Rafael Roza não foi o único vereador eleito que recebeu auxílio emergencial. A vereadora Cris Lauer (PSC), conforme revelado a alguns dias da eleição, recebeu R$ 2,4 mil. A Caixa Econômica Federal bloqueou o pagamento para fazer uma avaliação, que acontece quando há suspeita de infração à lei 13.982/2020 ou se descobre que as pessoas não precisavam dos valores.

A vereadora do Partido Social Cristão (PSC) possui uma empresa que não foi declarada a Justiça Eleitoral durante as eleições. Ao contrário de Rafael Roza que se pronunciou, Cris Lauer já deixou claro, diversas vezes, que não tem interesse em falar sobre o assunto.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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