Mais de cinco meses depois do sumiço do casal Kawany Grejanim Cleve Machado e Rubens Aparecido Biguetti Júnior , o Promotor de Justiça Guilherme Franchi da Silva Santos, de Goioerê, encaminhou sexta-feira para a Justiça denúncia contra quatro suspeitos pelo que a polícia já qualificou de duplo homicídio. Foram denunciados Suziane Ferreira dos Santos, 23 anos; Alessandro Bennatti de Souza Junior, 24 anos, vulgo Mohamed; Mauro José Cavalcanti Junior Sobrinho, 57 anos, vulgo Ceará; e Tatiana A.S., 34 anos. Os três primeiros estão presos na Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste e a quarta suspeita continua em liberdade.
Segundo a denúncia, “entre os dias 3 e 4 de agosto de 2020, os acusados e outros indivíduos ainda não identificados, com consciência e inequívoca vontade de matar, com motivação torpe e empregando recursos que dificultaram a defesa das vítimas, e mataram Kawany e Rubens através de modo ainda desconhecido”. No dia seguinte ao desaparecimento, o bebê do casal foi encontrado na calçada de uma casa vizinha. O carro de Rubens foi localizado consumido pelo fogo na zona rural de Moreira Sales. Mas a Polícia Técnica descartou a possibilidade dos corpos de Kawany e Rubens estarem carbonizados dentro do veículo.
Lá se vão 5 meses e 26 dias e até ontem os corpos das vítimas continuavam desaparecidos. A família da jovem chegou a oferecer dinheiro para quem indicasse o paradeiro do casal, vivo ou morto. Buscar foram feitas durante semanas em Goioerê e municípios vizinhos, mas nenhuma pista dos dois foi localizada. Os detidos continuaram negando, mas o promotor viu provas robustas contra eles no inquérito policial e por isso ofereceu a denúncia.
Suziane era vizinha e se dizia amiga de Kawany, mas segundo familiares da vítima, ela tinha muita inveja da jovem e teria arquitetado o crime por conta disso. O Promotor de Justiça entendeu que o crime teve motivação torpe, pois os acusados presumiam que as vítimas haviam delatado o tráfico de drogas que ocorria na casa de Suziane, onde havia sim um ponto de tráfico. Após a execução do casal, o grupo ocultou os corpos , ainda não localizados. Na denúncia, o promotor requer à Justiça que os denunciados sejam julgados nos ritos dos procedimentos do Tribunal do Juri e que aguardem o julgamento presos. Requer também que a Justiça determine a continuação das diligências por parte da Polícia Civil, com o objetivo de esclarecer o modo da execução, bem como a localização dos corpos.
Redação JP
Foto – Arquivo