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Prefeitura faz ajustes no decreto, mas comércio segue fechado

O Comitê de Enfrentamento à Covid-19, da Prefeitura de Maringá, publicou um documento regulamentando ajustes feitos no último decreto municipal (nº 632/2021) que segue em vigor até às 23h59 do próximo domingo, dia 14 de março. Foram concedidas permissões para algumas atividades. Portando, muitas empresas, mesmo podendo atender, devem continuar com as portas fechadas.

Foi permitido o funcionamento de empresas de medicina do trabalho para procedimentos de admissão, demissão e licenças médicas; escritórios de advocacia poderão receber presencialmente testemunhas e partes do processo, uma vez que o Tribunal de Justiça do Paraná não tenha suspendido os prazos processuais; oficinas mecânicas estão autorizadas a atender situações de socorro externo, mantendo as portas fechadas; e as companhias de transporte que atendem hospitais, comércio de alimentos perecíveis, insumos, máquinas agrícolas utilizados na colheita da safra, transporte de combustíveis para os postos e carregamento de valores, podem trabalhar.

Também foram autorizadas ao trabalho as empresas de segurança mantendo as equipes de plantão e sem abertura do estabelecimento. Clínicas de fisioterapia que atendem pós-operatório, necessidades neurológicas, dores agudas e fisioterapia respiratória para pacientes pós-covid podem abrir; e, por fim, gestores de frotas com veículos em circulação dentro e fora do município podem manter equipes de plantão para resgate mecânico e gestores para operação de sistemas de rastreamento de frotas.

COMÉRCIO

O comércio e as atividades consideradas não essenciais seguem fechadas em Maringá. Logo após a publicação de algumas mudanças no decreto e, ao perceber que o setor não teria importantes flexibilizações, a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) emitiu carta aberta se posicionando contra o novo decreto municipal. O documento lamenta que as regras municipais não seguem as determinadas pelo decreto estadual.

No decreto do Governo do Paraná, o comércio de rua voltou a funcionar ontem com restrições. Se fosse adotado em Maringá, por exemplo, as lojas poderiam funcionar das 10 às 17 horas com 50% da ocupação. Porém, o Prefeito Ulisses Maia autorizou apenas o trabalho por meio de delivery.

“A associação reitera a importância de  preservar empregos, empresas e renda. O setor produtivo foi muito penalizado diante da suspensão de atividades e restrições de horários de funcionamento. A iniciativa privada já recorreu à crédito, postergou impostos, utilizou banco de horas e férias coletivas, quebra de contratos e prorrogação de dívidas. Não há mais alternativas à mesa. Os empresários estão no limite da saúde financeira, e infelizmente centenas de empresas fecharam as portas. As expectativas não são das melhores. O decreto do governo do Paraná, que está sendo seguido pelas cidades do entorno de Maringá, previa a retomada das atividades na quarta-feira, mas com o novo decreto ampliou o período de restrições, causando danos ainda maiores aos negócios e comprometendo outros milhares de empregos” diz trecho da carta da Acim.

Em Sarandi, por exemplo, o Prefeito Walter Volpato, autorizou o comércio a atender seguindo normas do decreto estadual. Primeiramente, as lojas ficariam fechadas, só que ele voltou atrás na ordem dizendo que foi assessorado pelo Comitê Emergencial do município; grupo formado por médicos e juristas. Em Londrina até mesmo as aulas presenciais foram retomadas com 30% da capacidade.

“Essa carta foi para mostrar a todo cidadão o que já demonstrávamos para o Poder Público. Devia haver um sincronismo entre Maringá e os municípios vizinhos, em relação ao funcionamento do comércio. As atividades das lojas são seguras, não existe aglomeração e há utilização de máscara e àlcool gel. Além disso, muitos serviços essenciais, como oficinas mecânicas, estão com dificuldade para trabalhar. Existem estudos que afirmam que o Lockdown não gera diminuição dos casos; sendo uma medida dura para o contexto social”, disse o presidente da Associação Comercial de Maringá Michel Felippe.

SIVAMAR

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista e Atacadista de Maringá e Região (Sivamar) Ali Wardani, disse que as praias e as baladas são os grandes problemas e não o comércio varejista. Para ele, as medidas como uso de máscara e álcool gel são suficientes no combate a disseminação do novo coronavírus nesses locais.

“Os empresários estão vulneráveis. Já perdemos de 10 a 15% em empregos com redução de renda para os trabalhadores. O comércio de shopping foi o mais atingido, seguido pelos bares e restaurantes, por fim o de rua; nem tem como mensurar o que vem acontecendo com os responsáveis por eventos. O Sivamar sempre manteve diálogo aberto com a Prefeitura, ontem entramos com um mandato de segurança, solicitando abertura, que não foi aceito pelo juiz. Esperamos que no dia 15 possamos voltar a trabalhar mesmo com horário reduzido. Desejo não só dos empresários, mas também dos funcionários. Eles estão incomodados em ficar em casa e não ter nada o que fazer. Se o comércio seguir fechado, será falência da classe”, finalizou Wardani.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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