Para impedir o fechamento , determinado liminarmente pela Justiça a favor da concessionária, vários moradores de Mandaguari passaram a manhã de ontem na entrada da via alternativa, tentando impedir o bloqueio. A concessionária briga pelo fechamento definitivo da conhecida Estrada Terra Roxa, porque isso obrigaria os motoristas que vão de uma cidade a outra a pegar a BR-376 e pagar pedágio, tanto na ida como na volta.
A Estrada Terra Roxa foi uma conquista dos moradores de Mandaguari e Marialva, que se uniram para exigir uma rota alternativa entre as duas cidades. Em 2017, a própria Viapar firmou um acordo com as Prefeituras de Mandaguari e Marialva para que a estrada fosse liberada para veículos com placa dos dois municípios. Constava ainda do acordo que os moradores que optassem pela BR tivesse desconto na tarifa do pedágio. E muitos optaram por questão de segurança.
Mas a concessionária, dizendo-se prejudicada porque carros com placas de outros municípios usavam o desvio, entrou na Justiça para fechar definitivamente a Estrada Terra Roxa. Conseguiu agora uma liminar e para garantir o fechamento colocou suas máquinas nas duas entradas da via alternativa, o que irritou , principalmente, os moradores de Mandaguari.
Os protestos contra o fechamento não devem parar por aí. Ontem, os moradores das duas cidades conseguiram o apoio de um deputado estadual, que já está lutando pela liberação na Assembleia Legislativa. Trata-se de Tiago Amaral, que ontem mesmo começou a atuar junto a ALEP e à Procuradoria Geral do Estado. “Desenvolvimento se faz abrindo caminhos, e não fechando estradas. Os moradores não podem ser obrigados a pagar pedágio”, afirmou o parlamentar.
VERSÃO DA VIAPAR
Em nota a concessionária afirmou que a decisão judicial não interfere no acordo firmado há quatro anos com os moradores. “A liminar determina somente o fechamento das alças de acesso que se encontram em terrenos particulares. O tráfego pela Estrada Terra Roxa, juntamente com os descontos tarifários aos munícipes de Marialva e Mandaguari, continuam garantidos e honrados por esta concessionária. Não há qualquer descumprimento de acordo pela Viapar.”
A Prefeitura de Mandaguari disse que vai se reunir com a direção da Viapar e que só externará sua posição oficial após esta reunião. Explica-se porque o manifesto reuniu apenas moradores de Mandaguari e envolveu nessa questão apenas a administração municipal daquela cidade: ocorre que o principal destino de quem deixa a cidade para um centro maior é Maringá. E para chegar até Maringá os marialvenses não passam pelo pedágio da BR-376.
Redação JP
Foto – Maringá Post
