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Ministério Público condena servidor por chantagem política

O Presidente da Assistência à Reabilitação e Bem-estar de Convalescentes (Arbec), Gilmar Santos, acusou, em 2020, o então diretor do Gabinete da Prefeitura de Maringá, Hamilton Cardoso, de exigir apoio político ao Prefeito Ulisses Maia em troca da renovação de cessão do prédio da entidade. A denúncia foi apreciada pelo Ministério Público que ajuizou a ação contra o servidor o acusando de chantagem. Nas provas estão mensagens de texto trocadas entre as partes.

Ainda de acordo com o promotor Leonardo da Silva Vilhena foi verificada a prática de ato de improbidade administrativa. Cardoso, em março do ano passado, não forneceu o celular para investigação dizendo que estava quebrado. Mesmo assim, as mensagens foram fornecidas por Gilmar em Ata Notarial. O MP ainda apurou se Hamilton agiu sozinho ou se superiores participaram do ato. Todavia, não foi identificado diálogos suspeitos. Mesmo assim, ficou concluído que o ex-chefe de Gabinete possivelmente “teve apoio de outros servidores (ou agentes políticos) na empreitada criminosa.”

Por fim, o Ministério Público requereu a condenação do réu por improbidade administrativa devendo ressarcir o dano integralmente; também perder a função pública e ter direitos políticos suspensos por até cinco anos. Por ocupar cargo de alto escalão, o denunciado foi considerado capaz de interferir na renovação do contrato do prédio em terreno público; nesse caso, viabilizar a prática ilegal.

CASO
Na época, a notícia esquentou os bastidores da disputa eleitoral. Segundo o servidor, o chefe de Gabinete pediu que Gilmar também entrasse para o grupo político de Ulisses, já que tinha pretensões políticas. Algumas mensagens colocavam o presidente da Arbec contra a parede como “você precisa decidir de que lado vai ficar Homero ou Ulisses pois temos uma parceria e parceria tem que ter recíproco” e “Preciso de sua decisão até o vencimento do convênio”.

Quando Gilmar disse que não tem relação apoio político com a renovação da cessão do prédio da Assistência, Cardoso respondeu: “Tem outras entidades que também fazem trabalho social e precisa do prédio, vamos passar para parceiros fica mais fácil de trabalhar. Então, meu amigo, seu contrato não será renovado. Como você vai trabalhar com pessoas que não te apoia.”

Ao longo da conversa, o chefe de Gabinete da época disse que implantaria 30% de gratificação no salário de Gilmar desde que tivesse apoio na campanha eleitoral. Ano passado, a resposta de Hamilton Cardoso foi que a conversa aconteceu logo após ingerir remédios fortes e não tinha noção do que fazia naquele momento.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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