Início Destaques do Dia Artistas denunciam crime de racismo durante apresentação em festival afro

Artistas denunciam crime de racismo durante apresentação em festival afro

As ofensas partiram de duas contas falsas durante o 12º. Festival Afro-Brasileiro de Maringá, transmitido domingo por um canal do Youtube

O caso foi levado à Polícia Civil pelo Secretário Municipal de Cultura, Victor Simião  e as vítimas Mestre Raiz e Liberta Maré, da Associação de Capoeira de Maringá. Usuários da plataforma chamaram os dois capoeiristas de “macacos”. O artista Liberta Maré disse ontem de manhã após fazer o BO na 9ª. SDP:  “Esperamos que a polícia abra uma investigação porque não podemos naturalizar o racismo, porque o racismo não é natural. Não vamos deixar passar nada, nem um olhar, nenhum comentário ou gesto de racismo. Já passou dessa época, chega disso”.

Durante a transmissão o usuário identificado como “jOaOZIN lEgAl”, se referiu aos participantes como “tudo macaco”. Imediatamente  foi repreendido por uma mulher que acompanhava o evento , quando ele reforçou o ataque: “mais uma macaca”. E depois zombou da denúncia que soube que seria feita: “denunciar não adianta nada”. Outra conta identificada como “Lula seu maior amiguinho”, também fez ataques racistas ao grupo e sugeriu que o mestre de capoeira fosse embora para Angola.

O REPÚDIO DA SECRETARIA DE CULTURA –  Em nota oficial  a Secretaria de Cultura repudiou os ataques : “Não toleramos esse tipo de ação. Menos ainda em nossa gestão da Cultura, que visa fortalecer grupos minoritários politicamente, como a população negra”.  Já o Conselho Municipal de Políticas Culturais de Maringá declarou que as publicações anônimas demonstram covardia e crueldade. “Todas as pessoas de bem podem e devem lutar para que atos dessa natureza sejam extintos e que fiquem somente nos registros da história para que possamos lembrar o quanto o ser humano pode ser cruel com seu semelhante”.  O tema da 12ª. Edição do Festival Afro-Brasileiro  foi  “Culturas Negras Importam”.  

Redação JP
Foto – Aldemir de Moraes

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