O caso foi levado à Polícia Civil pelo Secretário Municipal de Cultura, Victor Simião e as vítimas Mestre Raiz e Liberta Maré, da Associação de Capoeira de Maringá. Usuários da plataforma chamaram os dois capoeiristas de “macacos”. O artista Liberta Maré disse ontem de manhã após fazer o BO na 9ª. SDP: “Esperamos que a polícia abra uma investigação porque não podemos naturalizar o racismo, porque o racismo não é natural. Não vamos deixar passar nada, nem um olhar, nenhum comentário ou gesto de racismo. Já passou dessa época, chega disso”.
Durante a transmissão o usuário identificado como “jOaOZIN lEgAl”, se referiu aos participantes como “tudo macaco”. Imediatamente foi repreendido por uma mulher que acompanhava o evento , quando ele reforçou o ataque: “mais uma macaca”. E depois zombou da denúncia que soube que seria feita: “denunciar não adianta nada”. Outra conta identificada como “Lula seu maior amiguinho”, também fez ataques racistas ao grupo e sugeriu que o mestre de capoeira fosse embora para Angola.
O REPÚDIO DA SECRETARIA DE CULTURA – Em nota oficial a Secretaria de Cultura repudiou os ataques : “Não toleramos esse tipo de ação. Menos ainda em nossa gestão da Cultura, que visa fortalecer grupos minoritários politicamente, como a população negra”. Já o Conselho Municipal de Políticas Culturais de Maringá declarou que as publicações anônimas demonstram covardia e crueldade. “Todas as pessoas de bem podem e devem lutar para que atos dessa natureza sejam extintos e que fiquem somente nos registros da história para que possamos lembrar o quanto o ser humano pode ser cruel com seu semelhante”. O tema da 12ª. Edição do Festival Afro-Brasileiro foi “Culturas Negras Importam”.
Redação JP
Foto – Aldemir de Moraes