“Valdete, 56 anos, boa mãe e esposa, prestativa, ama o cheirinho do neto Pedro, gosta de assistir novela, mulher de fé”; “Claudecir, 61 anos, gosta de futebol e de mexer com plantas”; e “Marinês, 49 anos, avô coruja do Juliano, gosta da natureza e de ir à chácara aos domingos, cachorrinho Pituca está com saudades”. Essas são informações de um prontuário médico, mas o Prontuário Afetivo que é preenchido quando o paciente é internado na Terapia Intensiva do Hospital Municipal de Maringá. Objetivo é interagir de forma mais empática e conversar assuntos que fazem parte da rotina anterior dessas pessoas.
O prontuário com especificações de hobbies, preferência musical, time de futebol do coração e até mesmo quem são as pessoas que esperam sua alta, é fixado próximo ao paciente. De acordo com a Gerente Operacional do HM, Angelica Capellari, o documento é atualizado durante ligação diária feita pela equipe de psicologia e torna a relação paciente-equipe mais próxima e humanizada, além de acalmar familiares.
“A UTI é um ambiente de muita tensão emocional. Os profissionais que atuam nesse setor precisam enfrentar o medo do contágio, o sofrimento diante de tantas perdas e angústia de ver as famílias separadas. É simples e prático, mas tem sido um aliado no tratamento dos pacientes da Covid-19”, explicou Angelica que é responsável pela implantação do projeto.
Para a coordenação da UTI, o Prontuário Afetivo trouxe momentos mais leves para o setor hospitalar. As equipes passaram a ter momentos de alegria, cantando, dançando, orando e até imitando animais. A enfermeira Francielle Constantino disse que vale tudo para levar ao paciente um pouco do que ele gostaria de estar sentindo ou fazendo se estivesse em sua casa.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução
