Uma jovem do distrito de Iguatemi foi à Delegacia de Maringá para denunciar a colocação embaixo da sua porta de uma carta anônima com advertência sobre as roupas que ela usa no condomínio
A notícia saiu ontem com na mídia estadual e nacional. O portal UOL, por exemplo, deu o seguinte destaque ao fato: “Ana Paula Benatti, de 22 anos, se deparou com uma carta anônima embaixo da porta do apartamento onde mora, em Maringá, a 428 quilômetros de Curitiba. O bilhete escrito a mão exigia que ela “tivesse pudor e decência de usar roupas adequadas nas dependências do condomínio”. O caso aconteceu na sexta-feira (7) e foi compartilhado pela jovem nas redes sociais, além de ter sido denunciado hoje em um boletim de ocorrência na Polícia Civil, com o objetivo de que o responsável pelo recado inconveniente seja identificado”.
Ana Paula mora há apenas uma semana no prédio onde ocorreu o fato. Indignada , ela procurou a 9ª. SDP para registrar um boletim de ocorrência contra o suposto vizinho, que se mostrou incomodado com as roupas da jovem e anunciou que acionaria o síndico do condomínio caso ela não mudasse a forma de se vestir. Ana Paula, que trabalha como escriturária em um hospital de Maringá, disse: “Quando abri a carta não acreditei no que eu estava lendo. Achei que era zoação, pensei: ‘não é possível que uma pessoa tenha tido o trabalho de escrever isso e colocar debaixo da minha porta’. Meu sentimento foi de indignação, nojo, me deu embrulho no estômago, eu só chorava. […] Uma raiva por não saber de quem veio, por não conhecer ninguém ali ainda, e a pessoa ter feito isso comigo, sem ao menos me conhecer, me julgando pelo que eu visto e não pelo que sou. Me senti humilhada, assediada e invadida”.
Ela relatou na Delegacia que seu medo maior é de sofrer uma agressão física, partindo de alguém que nem sabe quem é. Além disso teme ser vítima de algum abuso, “porque uma pessoa que escreveu uma carta dessa não tem respeito nenhum com as mulheres. Estou tomando as providências, de acordo com a Justiça. Já fui na delegacia e abri boletim de ocorrência. […] Uma hora a verdade vai aparecer. Mulher merece respeito, independente do que ela veste, e em qualquer lugar”, frisa, sustentando que não pretende mudar do local por causa disso e até já providenciou a instalação de câmeras em seu apartamento.
Redação JP
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