A intensificação do trabalho da Polícia Civil coincide com a proximidade do Dia Mundial Contra a Homofobia, a ser comemorado nesse 17 de maio. A data é usada como símbolo do combate ao preconceito contra homossexuais, que se manifesta predominantemente através de um comportamento hostil de muitas pessoas, que acabam incursionando pelo caminho do assédio moral, do bullyng e da violência física. A crônica policial tem registrado crimes violentos contra gays e travestis em vários pontos do Paraná, inclusive na região metropolitana de Maringá. Em Curitiba dois jovens que lá moravam há pouco tempo foram assassinados com requintes de crueldade nas últimas duas semanas.
O estudante de medicina Marcos Vinícius Bozzana da Fonseca, de 25 anos, foi encontrado morto no dia 5 desse mês em seu apartamento na capital. Uma semana antes, foi assassinado em circunstâncias o enfermeiro David Levísio, de 30 anos. Ambos moravam sozinhos e foram achados amarrados, com sinais de tortura e sufocamento. Eles não se conheciam e a polícia trabalha com a hipótese de crimes de ódio contra homossexuais cometidos pela mesma pessoa. A suspeita é que o autor dos dois crimes conhecia as vítimas e chegou até os respectivos apartamentos por meio de aplicativos de relacionamento.
Marcos Vinício era de Campo Grande (MS) e se mudou para Curitiba em 2017 para cursar medicina. Amigos estranharam a ausência dele e pediram ajuda a um chaveiro para entrar no apartamento seu apartamento no bairro Portão. O corpo estava coberto com uma manta e tinha sinais de tortura e asfixia. Já David Levisio foi encontrado com as mãos amarradas, de bruços, com sinais de violência. Ele não dava notícias havia três dias e amigos decidiram ir ao apartamento, no bairro Lindoia. A orientação sexual das vítimas foi confirmada por organizações não governamentais de direitos humanos. “Estamos acompanhando esses casos e outros que têm características parecidas. Nossa área jurídica e de segurança pública recebeu informações de que a investigação está adiantada. Há certa comprovação de que foi crime de lgbtfobia pelo nível de crueldade como as vítimas foram atacadas e pelas conversas tidas pelos aplicativos às quais a polícia teve acesso”, disse Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+.
Devido à sequência de mortes violentas de gays, a Aliança Nacional LGBTI+ lançou um manual para evitar a violência lgbtifóbica, baseado nas orientações do Grupo Gay da Bahia. Entre as 11 dicas estão cuidados com os encontros marcados por aplicativos e com os falsos gays e garotos de programa. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que os casos estão sendo investigados pela 3ª. Delegacia da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba.
Redação JP
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