Início Maringá Fórum de Mulheres cria Observatório do Feminicídio em Maringá

Fórum de Mulheres cria Observatório do Feminicídio em Maringá

O Fórum Maringaense de Mulheres está criando o Observatório do Feminicídio em Maringá. A decisão foi tomada na última reunião da entidade. O objetivo da instituição é fazer o acompanhamento dos casos de assassinato de mulheres no município. O lançamento oficial do Observatório será no dia 18 de agosto para que seja apresentada em detalhes como será a forma de atuação dele. Feminicídio é o termo usado para denominar assassinatos de mulheres cometidos em razão do gênero. Ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher.

Em Maringá não existem dados concretos sobre este tipo de crime, mas a Delegacia da Mulher registra cerca de 15 boletins de ocorrência por dia envolvendo casos de violência. De janeiro a abril desse ano aumentou em 50% o número de boletins (1.761) comparado ao mesmo período de 2020. A coordenadora da ONG Maria do Ingá Direitos da Mulher, professora e escritora Tania Tait, tem alertado que mesmo diante de iniciativas de algumas delegacias da mulher de disponibilizarem o boletim de ocorrência online, sabe-se que a grande maioria das mulheres usam celulares pré-pagos que, muitas vezes, não tem acesso facilitado aos serviços.

“O que torna as mulheres mais vulneráveis na pandemia é o confinamento com o parceiro. Mais expostas ao coronavírus por ser a maioria da população as mulheres usam mais o transporte coletivo, são em maior número de trabalhadoras no comércio e movimentam a economia local e da área central das cidades. Com as escolas fechadas na pandemia, as mulheres tiveram sobrecarga no cuidado com as crianças e também nas atividades escolares”, explicou Tania.

No Brasil, desde o início da pandemia, em março do ano passado, foram registrados 1.388 feminicídios. A cada três homicídios ou feminicídios no Brasil dois são de mulheres negras. A Lei do Feminicídio é de 2015 e estabelece que, quando o homicídio é cometido contra uma mulher, a pena é maior. Em Maringá, um caso que comoveu a cidade foi o da bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, morta aos 25 anos no ano passado. Ela foi violentada e assassinada em uma cachoeira, no município de Mandaguari. Apontado pela polícia como autor do crime, Flávio Campana está preso, indiciado por homicídio qualificado, estupro e ocultação de cadáver, devendo ir a júri popular.

Blog do Pupim
Foto – Reprodução

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