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Maringá dó-ré-mi-fá

“Esta cidade nasceu para ser a Atenas do norte do Paraná. Tudo aqui indica a vocação deste povo para a música, para a literatura, para todas as artes. Um dia vocês vão entender por que estou dizendo isso”. – Palavras do compositor Joubert de Carvalho, em discurso no dia da inauguração da rua que tem o seu nome em Maringá. A profecia não tardou a confirmar-se.

“Maringá nasceu cantando” – era o que já naquela época se dizia. O então jornalista, radialista e vereador Antenor Sanches empunhou a bandeira: conseguiu por unanimidade a aprovação da lei que oficializou o apelido da jovem urbe como “Cidade Canção”.

Hoje é difícil dizer quantos músicos aqui atuam, quantos escritores, quantos atores, quantos pintores, quantos escultores. Conheço alguns, não conheço a maioria. Na música, por exemplo, vêm-me de pronto à lembrança o notável maestro, compositor, tenor Geandré Ramiro, a querida maestrina Denise Pimentel, a ótima cantora Madalena Alves.

Penso também no Femucic, na Orquestra Filarmônica UniCesumar, na Orquestra de Câmara da UEM, no Coro Cobra Coral, no Coro Arquidiocesano. Mas sei que há vários outros grupos de altíssimo nível  fazendo bonito aqui e até em apresentações no exterior.

Conheci melhor os da geração pioneira, dos quais guardo ótimas lembranças, a começar pelo inesquecível maestro Aniceto Matti. Aquele sorriso gostoso dele tocando piano e acordeón na Rádio Cultura, nos bailes, ou regendo coros nas igrejas e nos colégios.

Quando cheguei aqui (1955), já havia uma banda e uma orquestra. Henrique Marchini era o maestro das duas; o presidente da banda era o vereador Primo Montéschio. Depois a banda passou a chamar-se “Joubert de Carvalho”, presidida pelo poeta Ary de Lima e depois pelo pioneiríssimo Otávio Periotto. Fernando Penha era o maestro e tinha também uma orquestra, com músicos como o baterista Toninho, o pistonista Pirulito, o violonista Romeu.

Veio em seguida o famoso grupo “Britinho e seus Cometas”. Uma rapaziada moderna que inaugurou por aqui a era do rock. Havia também o professor Thomé com a sua Academia de Acordeón. E os geniais Shiniti Ueta e Tercílio Men, que continuam na ativa.    

Lembro-me ainda do professor Geraldo Altoé, o primeiro organizador de coros da Catedral, e de sua irmã, também regente – a queridíssima professora Polônia Altoé Fusinato, que ainda hoje dirige com brilho e ardor um dos nossos melhores grupos corais religiosos.

Destaque especial para o simpaticíssimo maestro Fumimasa Otani, um dos personagens mais fascinantes de nossa música. Também para o maestro Antônio Balan e para os dirigentes das grandes fanfarras que marcaram época na história da cidade: Hiran Sallée, Dalisbor, Irmão Pedrão. E ainda para as inesquecíveis professoras dos conservatórios pioneiros, entre as quais Mirthes Fernandes de Souza e as irmãs Yaeko e Sumiko Miyamoto, do Luzamor.

Peço desculpas por não citar todos e todas. Mas a todas e todos os que têm feito  realmente de Maringá uma “Cidade Canção”, deixo aqui um carinhoso abraço. Bravo!!! 

A.A. de Assis
Foto – Reprodução

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