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Deus castiga filhos pelos pecados dos pais?

No último domingo comemoramos o dia dos pais e queremos fazer uma reflexão sobre uma passagem bíblica, encontrada em Êxodo 20-05 com o seguinte texto: ‘ Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zelo­so, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam’.

É absurdo que, sendo Deus justo e perfeito, possa castigar-nos filhos por erros dos pais embora, mesmo no novo testamento, em João, Capítulo 9, após a cura de um cego de nascença, consta que Jesus foi perguntado: – Quem pecou, este ou os seus pais, para que nascesse cego. Como explicar, digo eu ( Akino? Essa pergunta feita a Jesus pelos seus discípulos demonstra que eles acreditavam na reencarnação. Pois, se o homem não estava pagando pelos pecados dos seus pais – o que seria uma imensa injustiça da parte de Deus – quem havia pecado teria sido ele mesmo. Mas, se ele era cego de nascença, como poderia ter pecado? Evidentemente, numa existência passada. Aliás, o historiador Flávio Josefo, que era contemporâneo de Jesus, atesta que a crença na reencarnação era comum na época, embora de maneira confusa.

E você, caro leitor, acredita na reencarnação e que através deste dogma é possível entender as passagens do antigo e do novo testamento, acima citadas?

Vejamos um exemplo prático, em que tomamos por base os anos de nascimentos de pessoa muito conhecida nossa, um filho, um neto, e um bisneto, à luz do dogma da reencarnação e tudo se esclarecerá:

José nasceu em 1929 e teve um filho em 1951 que batizou como João (sua primeira geração). João teve um filho em 1.980 que batizou como Joaquim ( segunda geração de José, seu neto).

Em 2010 José desencarnou (morreu). Em 2020 Joaquim( neto de José) teve um filho que batizou como José , para homenagear o avô, ( o José que morreu 10 anos antes( Joaquim sé a terceira geração de José). O filho de Joaquim ( José, bisneto de José o patriarca da família)) pode ser a Alma de José, o seu avô, que volta, num corpo diferente e ‘pagará pelos erros’ do seu bisavô, que no caso é ele mesmo.

Pela reencarnação , nós que somos uma Alma eterna, que se alterna em corpos diferentes preparados com a participação de nossos pais, expiamos em encarnações seguintes os erros que cometemos na atual, já que estamos na escola da vida, passando por provas para vermos se podemos avançar na evolução e expiações ( pagando pelos erros e cometemos), não como um castigo propriamente, mas para sentirmos na pele o que causamos a outros e não mais fazermos. Assim alguém que foi assassino, pode ser assassinado em outra existência. Quem roubou pode ser roubado e assim por diante, não nos esquecendo que pelo amor, também podemos resgatar pecados.

Voltando ao exemplo de José, João , Joaquim e José, a situação não é só de pai para filho, neto, bisneto…. Pode ser que a esposa renasça como filha, e vice versa e toda uma sorte de combinações, sempre visando resgates ou como provas. Há casos de assassinos que voltam como filhos. De roubados ou traídos também. Enfim a justiça Divina é perfeita e só o dogma da reencarnação, o único da Doutrina Espírita, pode explicar, muitas vezes as situações que vivemos.

Neste mundo há injustiças, mas nunca injustiçados, aprendi, salvo engano em palestra com Raul Teixeira. Cuidemos bem do filho, do neto, do sobrinho, pois é possível que sejamos devedores ou credores deles. Se devedores , com amor e suprindo-lhe todas as necessidades materiais, estaremos resgatando a dívida. Se credores, façamos o mesmo, que é uma forma de perdão, que faz com eles quitem suas dívidas. Na Contabilidade Divina’, que é perfeita, e não está sujeitas à ‘pedaladas fiscais’.

Lembram deste trecho da Oração do Pai Nosso? ‘Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores’- Ou perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos os que nos tenham ofendido. A bênção do esquecimento é uma dádiva de Deus, e dificilmente saberemos quem é o Filho ou Neto, por exemplo, que recebemos, mas há relatos de falas deles que comprovam, sem saber, ou sabendo, quem são, como podemos ver em dois exemplos:

Um fato observado pelo professor Banerjee, na época diretor de pesquisas do Instituto Indiano de Parapsicologia, trata da reencarnação em sexos opostos. Gnana, com três anos de idade, afirmava ter sido o menino Tiillekeratne, que morrera aos 11 anos. Quando levada à casa em que morara na outra vida, a menina ficou muito contente ao reconhecer a irmã e manifestou aversão ao irmão com quem brigara pouco antes de morrer.

Outro caso pesquisado foi o de Nejati, que dizia ser Nagib Budak. O morto e o reencarnado moravam a uma distância de 75 quilômetros um do outro. Nagib fora assassinado com uma punhalada. O menino Nejati nasceu com a marca do ferimento da punhalada recebida na encarnação anterior. Ele também reconheceu casas e parentes da vida anterior. ( Do livro Reencarnação é possível provar, publicado pela editora Novo Ser.)

Voltando ao título, a resposta é não. Deus não castiga filhos por pecados dos pais, pois seria o mesmo que filhos cumprissem penas por crimes de filhos, na justiça humana, o que é impossível. É quase impossível sabermos quem são nossos filhos, parentes e amigos, os moradores de rua e mendigos que nos abordam, como Almas eternas, mas é bem provável que sejam pessoas das quais somos devedores, credores, amigos ou inimigos, comparsas em crimes diversos de um passado tenebroso que podemos ter tido, ou pessoas muito queridas nossas.

(*)Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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