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Maringá terá Observatório do Feminicídio para acompanhar assassinatos

Em Maringá não existem dados concretos sobre o feminicídio, mas a Delegacia da Mulher registra cerca de 15 boletins de ocorrência por dia envolvendo casos de violência contra mulheres. Somente de janeiro a abril desse ano aumentou em 50% o número de registros, foram 1.761. Número comparado ao mesmo período de 2020. Para realizar o acompanhamento dos casos de assassinatos de mulheres, no próximo dia 18, o Fórum Maringaense de Mulheres (FMM) vai lançar o Observatório do Feminicídio do muinicípio. A cerimônia será por meio de uma transmissão online a partir das 19h30.

Na live, pelo Facebook do Fórum, serão apresentados detalhes de como o Observatório vai atuar. O evento será apresentado pela professora Eliane Maio, vice-presidente do FMM e docente de pós-graduação da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Também será realizada uma palestra com a professora Gisele Mendes de Carvalho, do curso de Direito da UEM.

“Mesmo diante de iniciativas de algumas delegacias da mulher de disponibilizarem o boletim de ocorrência online, sabe-se que a grande maioria das mulheres usam celulares pré-pagos que, muitas vezes, não tem acesso facilitado aos serviços. Precisamos também auxiliar com informações para evitar tragédias como no caso do feminicídio, onde os crimes são cometidos em razão do gênero. Ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher”, disse a coordenadora da ONG Maria do Ingá Direitos da Mulher, professora e escritora Tania Tait.

No Brasil, a Lei do Feminicídio, de 2015, estabelece que a pena seja maior quando o homicídio é cometido contra uma mulher. Desde o início da pandemia, em março do ano passado, a consolidação de dados mostra 1.388 feminicídios (dados divulgados em junho). O levantamento também apontou que a cada três homicídios ou feminicídios no País, dois são de mulheres negras. Essas informações foram colhidas pela Folha de São Paulo em secretarias de Segurança Pública de 26 estados brasileiros.

No Paraná, os números tem oscilado desde 2018 e o Estado ficou em posições variadas no ranking de registros oficiais de feminicídio no Brasil; todavia não há o que se comemorar, nos últimos três anos o Paraná ficou entre os 10 primeiros colocados. Em 2018 era o 7º na lista, naquele ano foram 69 feminicídios; em 2019 o número subiu para 89 crimes e o Estado subiu, lamentavelmente, para a 5ª colocação; por fim, no ano passado o Paraná voltou para a 7ª posição registrando 73 feminicídios.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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