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Presa secretária de igreja que explorava trabalho infantil

O pastor, a bispa e o filho apóstolo já haviam sido presos pelo Nucria que apurou a existência de trabalho análogo à escravidão na venda de pizzas por crianças.

A secretária da Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus  que foi alvo de uma operação do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente no mês passado, era a única entre as quatro pessoas acusadas, que continuava em liberdade. Quinta-feira à tarde, ela foi detida pela Polícia no templo onde as pizzas eram fabricadas, no Jardim Alvorada. O nome dela não foi revelado, mas a polícia informou que a secretária era responsável pelas finanças e pela fiscalização das crianças recrutadas para vender as pizzas em Maringá e região. As vendas eram efetuadas  geralmente por filhos de fiéis, que trabalhavam em regime análogo à escravidão, inclusive sem alimentação. Frequentemente as crianças sofriam agressões pelo não cumprimento de metas.

Segundo a delegada Karen Friedrich Nascimento, do Nucria, o esquema era comandado pelo pastor da igreja, a mulher dele e o filho, todos presos por tráfico de pessoas, associação criminosa, subtração de incapaz e exploração de trabalho infantil. O caso começou a ser apurado depois que a delegada   recebeu denúncia de que muitas crianças e adolescentes estavam vendendo pizzas em Maringá e região. No correr das investigações os policiais descobriram que cinco crianças, inclusive um menino de 8 anos, estavam sendo submetidos ao trabalho escravo.

A delegada Karen informou que as crianças trabalhavam de graça. Além de não terem qualquer tipo de remuneração eram submetidas a jornadas extenuantes e invariavelmente com fome. Alguns pais tentaram mostrar inconformismo com a situação mas também teriam sido ameaçados e até agredidos. O pastor Gerdal Costa dizia que o dinheiro arrecadado com a venda das pizzas era revertido em favor de pessoas pobres que faziam tratamento de câncer. Mas a polícia não encontrou nenhum beneficiário da filantropia. Os líderes religiosos presos na operação do Nucria já teriam sido denunciados à Justiça pelo Ministério Público.

Redação JP
Foto – Blog do Almenara

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