Início Maringá Atletas maringaenses contam a experiência nas Olimpíadas de Tóquio

Atletas maringaenses contam a experiência nas Olimpíadas de Tóquio

Depois de ter a edição adiada em 2020 por conta da pandemia, os Jogos Olímpicos de Tóquio foram realizados e marcaram ainda mais a história dos esportes, principalmente no quesito superação. Dentre os grandes nomes participando das mais variadas modalidades estavam destaques maringaenses, como a corredora Tabata Vitorino, que competiu o revezamento 4 x 400 metros; e Leonardo Bortolini, auxiliar técnico do time masculino de Handebol da Seleção Brasileira.

A atleta de 25 anos competiu em Shinjuku juntamente com Tiffani Marinho, Pedro Burmann e Anderson Henriques. A prova foi disputada por dois corredores homens e duas mulheres em cada equipe. Na modalidade estreante, os brasileiros bateram o recorde sul-americano ao cravar 3m15s89, mas não foi suficiente para chegar à final. O Brasil ficou na 12º na classificação geral, apenas os oito melhores avançaram à decisão. E o resultado alcançado foi motivo de comemoração.

“Minha experiência foi muito boa, tive muito proveito em comparação aos jogos Rio 2016 onde fiz parte da equipe e não competi por conta de uma lesão no pé; inclusive era atleta titular. Então essas Olimpíadas de Tóquio teve um gosto muito especial, importante para minha carreira como atleta. Entrei na pista e dei o melhor que eu tinha naquele dia, é algo indescritível”, disse Tabata.

Importante lembrar que a velocista faz parte da Associação de Atletismo de Maringá (AAM) recebendo Bolsa Atleta. A marca para a convocação olímpica veio depois do Campeonato Paulista de Atletismo 2021, onde correu 52.15 segundos nos 400 metros rasos. Tudo isso é mais que números, é sinônimo de preparação, dedicação e superação. Como uma excelente atleta, já está focada em novos desafios e com o objetivo de chegar ainda mais preparada para a competição mundial em Paris.

“Avalio meu desempenho como bom neste ano. A gente vive no Brasil e tem condições bem inferiores em relação a outras nações. Fico feliz, mas não satisfeita e sempre tenho o que melhorar. Para 2024 tem um ciclo olímpico mais curto, são três anos de preparo e muita coisa para evoluir. Vou focar em fazer a temporada de competições fora do País para chegar num nível de competitividade ainda mais forte. Batemos o recorde sul-americano na prova e eu, além de toda equipe, queremos avançar”, concluiu a atleta.

Outro maringaense que participou dos jogos em Tóquio foi o auxiliar técnico da Seleção Brasileira de Handebol masculino, Leonardo Luís Tezelli Bortolini. Aos 44 anos, o profissional acompanhou a trajetória da equipe que terminou na 5ª colocação. O último jogo foi contra a Alemanha; uma partida movimentada e equilibrada, onde o Brasil chegou a abrir vantagem em alguns momentos.

“A experiência de participar de olimpíadas é sempre muito boa. Já tinha participado em Pequim como atleta e agora fui como membro da comissão técnica. A gente tinha muitas dúvidas por conta da pandemia, sem certeza da realização de jogos, então conseguir a vaga no pré-olímpico e estar entre os melhores do mundo é algo incrível. A equipe teve um bom rendimento mesmo estando em um grupo complicado com quatro times europeus e a Argentina. Foram jogos disputados e a perda de concentração fez com que as derrotas acontecessem. Mesmo assim o time entregou tudo na quadra e creio que melhorando algumas questões no geral os resultados poderiam ser um pouco melhores. Ficou a sensação de que poderíamos ter passado da primeira fase”, explicou Bortolini.

O auxiliar técnico disse que a organização e o carinho do povo japonês marcaram a passagem por Tóquio. Disse que “as pessoas sempre fizeram tudo com muita alegria. A gente não podia ter contato com ninguém por conta da pandemia, era sair de ônibus da vila olímpica, sem parada até o local de treino ou partida. E nesse caminho, nas ruas, muitas pessoas ficavam com cartazes mandando mensagens positivas, aplaudindo, todos com orgulho de organizar essa competição. Os voluntários também sempre prestativos e carinhosos. Isso foi o que mais chamou a atenção de todos.”

Para 2024, Leonardo disse que o foco, como sempre, é conquistar medalha. Para isso, segundo ele, é necessário ter uma consistência de trabalho fora da quadra em relação a Confederação. Independentemente de quem estiver na comissão técnica a coordenação precisa estar estruturada. Foi um ciclo passado conturbado com troca de treinadores. Disse que, com as fases de treinamento definidas e comissão definida, objetivo é chegar na França, passar de fase, e lutar pela medalha.

PARALIMPÍADAS

Entre os dias 24 de agosto e cinco de setembro serão realizadas as Paralimpíadas de Tóquio. Serão 13 dias de competição levando em conta a proteção da saúde dos atletas e demais envolvidos em relação ao vírus Covid-19. Mais uma vez Maringá terá representantes. Estarão no Japão o corredor velocista paralímpico Vinícius Rodrigues e as nadadoras paralímpicas gêmeas Beatriz e Débora Borges Carneiro. O técnico delas, André Yamazaki, será treinador da seleção brasileira da categoria. A judoca paralímpica Meg Emmerich está bem ranqueada e tenta carimbar a vaga para Tóquio na próxima semana quando disputa o The IBSA Judô Grand Prix, em Warwick na Inglaterra. No mês passado Meg foi campeã do Grand Prix, em Baku, no Azerbaijão.

Todos esses atletas e técnicos pertencem a associações esportivas que recebem bolsas da Secretaria de Esportes de Maringá. O município apoia e investe em 39 modalidades. São beneficiados 648 esportistas, sendo 89 técnicos e 559 atletas (47 do esporte paraolímpico, sendo seis técnicos e 41 atletas). As bolsas variam entre R$ 1 mil e R$ 25 mil anuais, somando R$ 2,2 milhões.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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