Em princípio nem precisaria haver instituições particulares de assistência social, visto que é dever do estado garantir alimentação, agasalho e apoio médico-hospitalar às pessoas desprovidas de meios para sobreviver dignamente. Para isso a população paga impostos.
No Brasil até que tem havido algum progresso nessa linha. O SUS, por exemplo, é um dos melhores serviços de saúde do mundo. O prefeito Ulisses desenvolve também um bom trabalho nessa área. Mas estamos longe de alcançar um nível satisfatório de política social.
Daí a necessidade de contar com o voluntário e generoso apoio de entidades religiosas, clubes de serviços e outros grupos de pessoas de bom coração.
Maringá, desde o comecinho, tem sido uma comunidade exemplar nesse campo. Já nas primeiras décadas a população pioneira criou várias instituições fundamentais: Santa Casa, Lar dos Velhinhos, Lar Escola da Criança, Albergue Santa Luísa de Marilac, Núcleo Social Papa João XXIII, Sociedade São Vicente de Paulo, Obra do Berço, Fundação Isis Bruder, Lar Betânia, Associação Espírita de Maringá (AMEM), Legião da Boa Vontade, APAE, ANPR.
Depois foram surgindo outras: Rede Feminina de Combate ao Câncer, Casa de Nazaré, Creche Menino Jesus, Lar Escola Bom Samaritano, Asilo São Vicente de Paulo, Centro Cultural e Social São Francisco Xavier, Recanto Espírita Somos Todos Irmãos, Instituto Maringaense de Autismo, Associação Maringaense dos Autistas, Associação Indigenista e tantas e tantas mais. Hoje, segundo fui informado, temos aqui mais de 100 entidades atuando em obras e serviços sociais de inestimável benemerência.
Peço, porém, licença para destacar uma – e em nome dela homenagear todas as demais: o Roupeiro Santa Rita de Cássia, fundado em 1973 pela queridíssima pioneira Maria de Lourdes Tílio e até hoje mantido pelas suas filhas, tendo à frente a incansável Maria Amélia.
Lembro-me bem de quando eu trabalhava em jornais e acompanhava a luta de Dona Maria Tílio para abastecer de recursos o Roupeiro e atender centenas de carentes, especialmente gestantes pobres e senhoras idosas. Um anjo no meio de nós.
Atualmente a associação funciona no Conjunto Cidade Monções, numa sede ampla, em terreno doado pela prefeitura mediante lei resultante de projeto da então vereadora Márcia Socreppa. O prédio foi construído com a colaboração de voluntários e rendas obtidas com a venda de materiais doados, comercializados em bazares. A instituição trabalha na produção de roupas para bebês, promoção de cursos de corte e costura e mantém um programa de convivência para idosas. Proporciona também palestras e acompanhamentos com ajuda gratuita de profissionais de várias especialidades.
Há sim muita gente boa em Maringá. Almas santas emprestadas por Deus temporariamente ao mundo para nos dar uma amostra de como é belo o céu. Palmas para elas.
A. A. de Assis
Foto – Reprodução