Maringá já conta com associações e grupos que trabalham com refugiados e imigrantes que chegam no município. Todavia, a partir desta semana, as pessoas que vieram do Haiti podem contar com a Associação dos Haitianos de Maringá; uma forma de ser mais próximo deste público, unir e ajudar os haitianos em diversas situações como desembaraçar documentos e enfrentar diferenças sociais e culturais.
O presidente da entidade, Jean Baptiste explica que quando tem algum problema em papel, algum documento, os haitianos não tem a quem recorrer. Falou ainda que foi, por diversas vezes, questionado da não existência de uma entidade que representasse esses povos. A diretoria da Associação é integrada por 13 imigrantes e no grupo são cerca de 60 pessoas.
“Para um estrangeiro em uma terra nova tudo é barreira. Primeiro que ele chega à nova terra em situação em inferioridade, por ter saído de sua pátria possivelmente para fugir de uma situação insustentável, segundo porque para ele tudo será estranho na nova terra. Sem conhecer as leis locais e sem saber se comunicar, esse imigrante precisará acertar sua situação jurídica no novo país, obter determinados documentos, aprender uma profissão, arranjar emprego, e por aí vai. Tudo isso que parece fácil para quem é daqui, é uma barreira quase instransponível para um imigrante que chega em situação desfavorável”, disse Baptiste.
Os haitianos formam o maior grupo de imigrantes em Maringá. Existe um acordo entre Brasil e Haiti onde são concedidos vistos humanitários desde 2010. As cidades da região, como Mandaguaçu e Sarandi, também recebem essas pessoas com frequência. Segundo o Núcleo Migração e Imigração da Polícia Federal são 5,5 mil haitianos na região. Importante lembrar que o município já conta com a Associação dos Estrangeiros Residentes na Região Metropolitana, o Conselho Municipal de Direitos dos Imigrantes e Refugiados e o Centro de Referência para Imigrantes e Refugiados.
Victor Cardoso
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