Aplicar bem os recursos deve ser uma preocupação de todos que disponham de dinheiro, tempo, conhecimento….mas no caso de dinheiro público, gerado pelos impostos de todos nós, contribuintes, deveria ser uma regra a ser seguida rigorosamente, o que nem sempre acontece no Brasil, muito pelo contrário.
O uso de aviões da FAB, por autoridades, levando familiares em viagens sem interesse para o serviço público e a presença excessiva de pessoas que não tem a fazer nas viagens oficiais, como recentemente aconteceu na comitiva presencial que foi aos EUA, para o participação na Assembleia da ONU, são exemplos de como estamos a contra mão do bom senso, que segundo o exemplo a seguir descrito, sobrava em D. Pedro II, nos tempos do imperador.
Conta-se que, certa vez, o Imperador recebeu uma carta de seus admiradores, que dizia que eles haviam decidido abrir uma lista a fim de angariar fundos suficientes para erigir uma estátua em sua homenagem.
D. Pedro leu com vagar a missiva. Depois, redigiu a resposta aos promotores do movimento, pedindo-lhes que aplicassem o produto da lista na instalação de escolas para o povo.
Entre outros apontamentos, escreveu: Senhores. Sabem como sempre tenho falado no sentido de cuidarmos seriamente da educação pública.
Nada me agradaria tanto como ver a nova era de paz, firmada sobre o conceito da dignidade dos brasileiros, começar por um grande ato de iniciativa deles a bem da educação pública.
Agradecemos a ideia que tiveram da estátua. Estou certo de que não serei forçado a recusá-la.
O exemplo da época do império, extraído de texto do Momento Espírita, deveria ser seguido na república, evitando gastos como com a presença do Ministro de Saúde, e do presidente da Caixa Econômica, na caravana brasileira na ONU, só para citar dois nomes. O que foram fazer, a não passear, às custas do erário?
E prossegue o texto do Momento Espírita, que fala da atitude de D. Pedro II: Utilizar bem os recursos financeiros é demonstração de sabedoria. Empreender campanhas em prol dessa ou daquela causa também.
Sempre que nos prestarmos a arrecadar fundos, a colaborar para o bem geral, pensemos no que é mais apropriado.
Auscultemos as necessidades da localidade onde vivamos, e nos perguntemos: O que é mais importante? Se o local está com lixo nas ruas, compete-nos lutar pela coleta , e educação aos moradores para que coloquem, em dias certos, em locais apropriados, bem acondicionado todo o lixo, a fim de ser recolhido.
Se a localidade onde residimos não dispõe de socorro médico algum, cabe-nos incentivar a instalação de um ambulatório, um posto médico, um pequeno hospital. Ao menos, para atender as situações mais emergenciais, os casos mais críticos, porque perder minutos no atendimento médico pode significar a morte.
Se observamos a criançada andando solta pelas ruas, rapidamente encetemos uma campanha pela instalação de uma escola.Se a escola existe, verifiquemos se não está deficitária. Não estará necessitando de recursos materiais e humanos para poder atender a maior número de crianças? Disponhamo-nos a ser voluntários nas horas da semana que nos sobrem e auxiliemos a escola.
Verifiquemos, em loco, o que de mais carece e lutemos por conseguir.
Se nos preocuparmos com a criança, hoje, instruindo-a, educando-a, amanhã, com certeza, teremos menos criminosos para punir.
Dinheiro não é fator absoluto de felicidade, mas pode concretizar a felicidade de muitos. Pode se transformar no remédio ao doente, na gota de leite à criança faminta, no teto ao velhinho sem família ou em abandono.
Pouco dinheiro pode comprar um pão, muito dinheiro pode abrir um negócio que empregue vários pais de família, a fim de que muitas crianças tenham pão à mesa. E não somente pão, mas frutas, verduras e uns docinhos extras.
Assim, toda a vez que o dinheiro circular por nossas mãos e nos sintamos motivados a realizar campanhas, pensemos sempre no mais necessário. Realizemos o melhor, concluía o texto iniciado com a história sobre D. Pedro II, com base no Livro D. Pedro II e o Brasil, de Walter José Faé.
E completo eu ( Akino) reafirmando de como o dinheiro público pode ser usado para campanhas políticas disfarçadas , em inaugurações de obras que poderiam ser feitas via online, a exemplo do que aconteceu em boa parte do auge da pandemia da Covid-19. Nesta sexta-feira, está prevista a presença do Presidente Bolsonaro, em Maringá, para entregar obras de melhorias no aeroporto regional e certamente sua caravana terá um alto custo para erário. Sem contar que de toda a região, caravanas de prefeitos, vereadores, e asseclas se deslocarão para nossa cidade, consumindo recursos que poderiam ser melhor aplicados. Mas confiemos que um dia do Brasil será diferente, com políticos que usarão o poder para servir e não para servir-se.
Akino Maringá, colaborador
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