Semana passada estive em duas cerimônias de despedida de pessoas, cuja ausência da presença física será, doravante, uma realidade para familiares, amigos e todos que aqui permanecem, por enquanto, entre os chamados vivos, em decorrência de um fenômeno que se convencionou chamar de morte, falecimento ou passamento, mas que de fato é apenas o fim da vestimenta carnal. A rigor ninguém morre nem nasce, apenas muda de plano, pelas vias do renascimento.
Mas o que é a morte, sobretudo para a família? Vejamos o que pensa João Fernando Rocha, em post no facebook, com o título, desencarne em família, que serve para reflexão e consolação de parentes e amigos do Verdelírio Barbosa e Aparecido de Almeida, que lhes deixaram, involuntariamente, com vazio da ausência física, nos dias 14 e 15 passados, em cujas despedidas, como referimos acima, estivemos presente:
‘A morte deixa qualquer um triste, na família, principalmente quando a pessoa que se vai está ativa , com saúde e aparentemente poderia ter mais tempo de vida na terra.
A saudade existe para os dois lados, e com ela a tristeza, que pode ser superada com fé e esperança. Agindo no bem e de acordo com os ensinamentos do Cristo, ‘vivos e mortos’ estarão evoluindo para um futuro reencontro.’
E prossigo eu ( Akino), sigam e estejam em paz, Verde e Baixinho, como conhecíamos Verdelírio e Aparecido, e todos que estão deixando a Terra, renascendo no Mundo Espiritual. Força, coragem, fé, perseverança e consolação aos seus próximos, que ficaram.
Bem vindos, todos que estão chegando , em forma de recém nascidos, num intercâmbio permanente, de certa forma, morrendo lá, para renascerem aqui na Terra. Assim concluímos que a morte é nascimento e o nascimento é uma espécie de morte, no sentido de despedida do Espírito de Mundo Espiritual . Somos todos Espírito, que podemos ter um corpo físico, ou não.
E por que o Espírito necessita passar pelo estado de infância, quando está no corpo físico ? Porque durante esse período é mais fácil assimilar a educação que recebe dos pais ou daquele que está com a responsabilidade de educá-lo, auxiliando no adiantamento. As crianças são seres que Deus manda para novas existências, resultado no único dogma da Doutrina Espírita, a reencarnação.
A ideia da reencarnação é muito antiga, fazendo parte da tradição cultural e religiosa dos povos que constituem a humanidade terrestre. Não foi inventada pelo Espiritismo e foi confirmada por Jesus, em seu diálogo com o fariseu Nicodemos: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo,não pode ver o reino de Deus.” (João,3:3). “Nascer, morrer, renascer , ainda e progredir sem cessar, tal é a lei (a citação consta também do livro O que é o Espiritismo).
Encarnar, para os que acatam esta doutrina, refere-se ao primeiro nascimento do Espírito em um corpo físico, ou em determinada Humanidade. Reencarnar diz respeito aos renascimentos sucessivos do Espírito, em um mesmo Planeta ou em outros. Assim, Deus impõe aos homens a “encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. […] Mas para alcançarem essa perfeição, têm de sofrer todas as vicissitudes da existência corporal […].”1
A encarnação tem ainda outra finalidade: a de por o Espírito em condições de cumprir sua parte na obra da Criação. Para executá-la é que, em cada mundo, ele toma um instrumento [corpo físico] em harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É dessa forma que, contribuindo para obra geral, ele próprio se adianta. 1
A reencarnação é aceita como lei natural, que favorece a evolução do Espírito. Em cada existência corpórea, o Espírito recebe oportunidades para reparar equívocos cometidos em existências anteriores e para desenvolver novos aprendizados. Cada reencarnação é precedida de um planejamento, que permite ao reencarnante renascer no meio propício e junto a pessoas onde se faz necessário desenvolver aprendizados e os acertos espirituais.Expressa a justiça e a misericórdia divinas que, não condenando o infrator — tal como apregoa algumas interpretações religiosas — concede ao Espírito a oportunidade de corrigir erros, cometidos devido à própria ignorância de não saber medir as consequências das próprias ações, magoando ou prejudicado pessoas.
Nesses termos é, por princípio, o reajuste da consciência culpada perante as leis sábias e amorosas que governam o Universo. Ninguém dela está livre. É processo superior de aquisição de felicidade a que está destinada todas as criaturas, por efeito de sua herança divina: “A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia.”
Os reajustes promovidos e viabilizados pela reencarnação assumem a forma de provas e de expiações, sempre de acordo com os erros cometidos. As provas são obstáculos naturais, impulsionadores do progresso. Já as expiações são mais difíceis, dolorosas, a que o Espírito se submete, decorrentes de um endividamento maior. As reparações reencarnatórias ocorrem, então, segundo os ditames da lei de causa e efeito, mas a quitação da dívida pode ser feita pela dor (provações/expiações) ou pela prática do amor, segundo ensinamento do apóstolo Pedro: “Tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados’.
E concluímos: Morte é renascimento e vice versa. Na morte física perdemos o corpo. Na que ocorre no mundo espiritual, ganhamos, literalmente um corpinho, que vai crescer, desenvolver, para depois, mas cedo ou mais tarde, morrer. Lembrando que o corpo só morre uma vez, confirmado o contido na Bíblia, em Hebreus 9:27.
Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução