A Justiça de Maringá começou a ouvir nesta quarta-feira as vítimas e testemunhas do caso da venda de pizzas para uma igreja evangélica , com a exploração de trabalho infantil, segundo o que foi apurado em inquérito policial. Três religiosos, líderes de uma igreja na Avenida Morangueira , foram apontados como responsáveis pela utilização do trabalho de crianças, que eram mandadas inclusive para fora de Maringá para vender pizzas fabricada nos fundos do templo. As crianças, geralmente filhos de frequentadores da igreja trabalhavam em condições precárias e às vezes com fome e frio e sem a remuneração devida.
Os religiosos (pastor, esposa e um filho do casal) chegaram a ser presos durante operação do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente) no último mês de julho. Ao todo, são 14 crianças e adolescentes, vítimas da exploração, que começaram a ser ouvidas em audiência online. Segundo o Nucria, os três principais suspeitos foram indiciados por subtração de incapaz, associação criminosa e tráfico de pessoas com finalidade de submetê-las a trabalho e condições análogas à escravidão. As crianças relataram ao Conselho Tutelar que só tinham um dia na semana para fazer tarefas escolares. Em um dos casos apurados, uma menina de 13 anos foi levada para trabalhar como doméstica na casa dos pastores. Segundo levantou a Polícia Civil, havia até caso de agressões físicas à crianças.
Redação JP
Foto – Arquivo JP