Com mais de R$ 20 milhões de investimentos de recursos próprios, a Prefeitura vai iniciar um mutirão de cirurgias eletivas, consultas especializadas e exames a partir da próxima semana. O lançamento da ação será na quarta-feira, dia 24, no hospital Municipal. Os procedimentos cirúrgicos serão realizados no Hospital Municipal, Santa Rita, Santa Casa, Hospital Universitário e Memorial. Parte dos exames vão acontecer no Hospital do Câncer. Alguns locais particulares foram conveniados para atender a demanda de Maringá.
As cirurgias eletivas ficaram cerca de 18 meses suspensas em todo o Paraná devido o enfrentamento da pandemia da Covid-19. Mesmo assim, em Maringá, somente neste ano, foram realizadas mais de 5 mil cirurgias sem complexidade, aquelas onde o paciente não ocupa leitos pós cirúrgicos ou UTI.
“O mutirão será intensificado para os casos represados durante a pandemia, além das urgências. O objetivo é ampliar ainda mais para o próximo ano o número de procedimentos mensais. Estamos dispostos a investir, dependemos apenas da disponibilidade dos hospitais conveniados”, explicou o secretário de Saúde, Marcelo Puzzi.
O secretário informou ainda que, atualmente, cerca de 8 mil pessoas aguardam por cirurgias eletivas e a fila não é zerada porque todos os dias há novos pedidos de procedimentos, assim como consultas e exames. A Secretaria de Saúde fará contato com todos os pacientes em espera; para as pessoas que não têm cadastro atualizado é importante compareçam à Unidade Básica de Saúde (UBS) referência mais próxima da casa e faça a atualização. Posteriormente o contato será feito para encaminhamento.
Com o recurso do município, poderão ser realizadas cerca de 10 mil consultas especializadas por mês. Da mesma forma que 750 cirurgias eletivas e 14 mil exames. Todavia, para atender de domingo a domingo dependendo da capacidade de atendimento dos hospitais.
BRASIL
O Brasil deixou de realizar ou adiou pelo menos 2,8 milhões de cirurgias eletivas em 2020, em função da pandemia, de acordo com o Conselho Federal de Medicina
(CFM). Na lista estão cirurgias simples como a de catarata, hérnia, vesícula, varizes e postectomia. Assim como aconteceu com os procedimentos ambulatoriais, a redução no volume de cirurgias, hospitalares ou ambulatoriais, também afetou todas as Regiões do País. A expectativa do CFM é de que os dados ajudem os gestores
de saúde a traçarem suas estratégias para retoma os atendimentos de forma segura.
Entre março e dezembro de 2020, o Sistema Único de Saúde realizou cerca de 4,6 milhões de cirurgias eletivas, quase 3 milhões (38%) abaixo dos 7,5 milhões acumulados no mesmo período do ano anterior. Os resultados mostram que houve redução de aproximadamente 1 milhão de cirurgias relacionadas a pequenas cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa e 418 mil cirurgias do aparelho da
visão, além de impacto significativo em procedimentos ligados ao aparelho digestivo (-276 mil), geniturinário (-211 mil), entre outros.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução