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Vice-prefeito usa linguagem neutra em evento e é alvo de críticas

“Boa noite a todos, a todas e a todes”, essa pequena frase foi suficiente para gerar polêmica entre políticos e líderes religiosos de Maringá. Esse foi o cumprimento usado pelo vice-prefeito Edson Scabora durante o Festival Afro-Brasileiro da Secretaria de Cultura. Scabora usou uma linguagem neutra, quando o interlocutor não utiliza palavras no feminino ou masculino, mas de forma neutra. A saudação incomodou o Deputado Estadual Homero Marchese que compartilhou o vídeo.

Outro político que foi contra a fala do vice-prefeito foi o vereador Rafael Roza. Ele também divulgou a opinião nas redes sociais e classificou o ocorrido como vergonhoso. Por sua vez, o representante da Ordem dos Pastores de Maringá (Opem), Rogério Calazans, lamentou o pronunciamento e acrescentou que o gesto apenas separa as pessoas.

“Não somos contra ninguém independentemente da orientação sexual. Olhamos pelo ponto de vista da segmentação. Entendemos que essa criação de linguagem neutra não é da vida comum das pessoas, é de uma militância de um grupo pequeno que quer impor uma ideologia. Se as pessoas são iguais, são e ponto final. Não temos que ficar chamando a atenção para as diferenças. O fato de ser hétero sexual não deve dar prerrogativa nenhuma, igualmente para os homossexuais. Ficar levantando debates que geram ainda mais segmentação é ruim para a sociedade como um todo”, disse Calazans em entrevista para a Rádio CBN Maringá.

Sexólogos apoiam o uso da linguagem porque não ofendem ninguém, mas inclui. Reforçam que a linguagem portuguesa foi criada há muito tempo por homens héteros e partiu desse contexto. A linguagem, para os especialistas, devem ser flutuante e agregar pessoas em um País onde gays e travestis são assassinados em números recordes.

O Brasil não é o único país onde a linguagem neutra é discutida. Alguns setores acadêmicos, instituições de ensino e ativistas dos Estados Unidos já consideram usar pronome neutro para se referir a todos, em vez de recorrer à demarcação de gênero binário.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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