Os furtos ocorrem principalmente em obras realizadas por pequenas construtoras que não dispõem de estrutura para manter esquemas preventivos de segurança.
Só em uma construtora que trabalha em edificações de casas e pequenos prédios comerciais foram furtados cerca de 10 medidores em menos de dois meses. Para tentar conter a ação dos bandidos, que ocorre geralmente durante a madrugada, as empresas instalam sistemas de segurança como cerca elétrica, até com serpentinas. Mas nada adianta. Neste caso, eles abrem buraco nos muros ou arrebentam cadeados dos portões com pés-de-cabra.
Um construtor, que preferiu não se identificar, disse que já foi várias vezes na Delegacia se queixar, pedir para que a Polícia Civil investigue esse tipo de furto, mas nada foi feito até agora. Disse que geralmente recebe orientação para registrar boletins de ocorrência via online. “A Copel também diz que nada pode fazer, limitando-se a recolocar os medidores e cobrando pelo serviço”, relatou.
Segundo um dos empresários do setor, esse tipo de furto não acontece em obras grandes, de grandes construtoras, porque elas mantém fortes esquemas de segurança e os bandidos preferem roubar em obras que não têm vigilância 24 horas por dia, principalmente à noite. Os prejuízos são grandes para as empresas porque os ladrões levam, além dos medidores, fiações. “Normalmente temos que refazer parte da instalação elétrica dos prédios que estamos construindo”, disse um empresário do setor, acrescentando que os furtos continuam depois das obras entregues: “Já aconteceu da gente entregar uma residência e antes dela ser habitada os ladrões vão lá e roubam mais material elétrico. Alguns chegam ao absurdo de levar portas e até parte de louças, como pias e patentes”.
POLÍCIA MIRA RECEPTADORES
De acordo com o delegado LaércioCardoso Fahur, há uma onda de furtos de fios e materiais elétricos em prédios por todo o país. Até hospitais tiveram problemas com este tipo de crime. No caso específico de Maringá, ele reconhece que o número de furtos tem crescido, mas as polícias Civil e Militar estão atuando dia e noite para prender ladrões e receptadores. “Não dá pra “amaciar” com nenhum tipo de crime, mas este é um que estamos em cima, porque ele causa um prejuízo muito grande pra sociedade como um todo. Perdem as construtoras, perdem os donos de imóveis, perde a Copel. O que posso dizer aos empresários da construção civil, que estão revoltados, e com toda razão, é que estamos nos empenhando cada vez mais para desmontar as quadrilhas especializadas nesse tipo de ação criminosa, prendendo não só os que praticam diretamente o furto, mas também quem compra o material furtado”, diz o delegado.
Fahur não afirma em tom de queixa, mas lembra que em muitos casos, os detidos, principalmente receptadores, acabam ficando pouco tempo na cadeia, porque saem beneficiados por habeas corpus. “Mas não vamos dar moleza para esses bandidos, não. Estamos apertando o cerco cada vez mais”, concluiu.
Redação JP
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