Nos nove três primeiros trimestres de 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu 4,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Com altas nos setores de indústria e serviços, o resultado mostra a trajetória de recuperação da economia paranaense pós-pandemia, apresentando um sólido crescimento ao longo de todo o ano. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (21) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
A performance da indústria no período foi a que mais contribuiu para o desempenho do Estado: o crescimento do setor foi de 10,9%. O resultado é consequência da expansão da indústria de transformação, com destaque aos segmentos de madeira e celulose e indústria metal-mecânica. Além disso, o ramo de serviços também apresentou expansão, com 3,26% no acumulado dos três trimestres. O destaque na área foi para as atividades de alojamento, alimentação e transportes.
O diretor-presidente do Ipardes, Daniel Nojima, atribui o resultado a uma recuperação do mercado doméstico do Paraná, associado a um retorno gradativo das atividades econômicas. “Esse resultado para o terceiro trimestre é importante porque, em primeiro lugar, confirma uma recuperação em linha com a economia brasileira. Aos poucos, ambas vêm recuperando seus níveis de produção com relação aos piores momentos da pandemia”, explica.
O único setor em queda no acumulado foi a agropecuária, com uma contração de -5,45%. O resultado é consequência direta das quebras nas safras de soja, milho e cana-de-açúcar e do clima.
TRIMESTRE – Apenas no terceiro trimestre, o crescimento do PIB paranaense foi de 3,86% com relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados apresentam retração de -8,94% na agropecuária e expansão de 4,59% na indústria e de 3,83% nos serviços. No trimestre, o PIB totalizou R$ 140,97 bilhões, sendo R$ 122,94 bilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 18,03 bilhões aos impostos.
Para Nojima, esse resultado também confirma a recuperação econômica, mesmo com as adversidades vistas na agropecuária. “A economia paranaense foi desfavorecida ao longo deste ano por conta do clima, que impactou fortemente a produção agrícola – em particular no terceiro trimestre – e desfavoreceu bastante a produção de milho. Mesmo com isso, houve avanço da indústria e dos serviços, dada a melhora do ambiente relacionado à Covid-19, o que permitiu que a economia voltasse a respirar razoavelmente bem”, analisa.
No período, o crescimento da indústria foi capitaneado pela fabricação de caminhões, ônibus, carrocerias e reboques, além de madeira e equipamentos agrícolas. Já o aumento dos serviços segue a tendência das retomada das atividades nos segmentos de transportes, alojamento e alimentação.
TRIMESTRE ANTERIOR – O Paraná também apresentou desempenho positivo no índice que compara o resultado com o trimestre imediatamente anterior. O PIB registrou aumento de 0,93% com relação ao segundo trimestre deste ano, impulsionado por variações positivas de serviços (0,71%) e indústria (0,68%).
Em comparação com os índices nacionais, o Paraná desponta como uma economia fortalecida. O índice nacional aponta que o Brasil apresentou recessão de 0,09% no terceiro trimestre, sendo que já no segundo trimestre havia apresentado queda de -0,35% – o que caracteriza uma recessão técnica.
No Paraná, o índice de 0,93% se soma a um resultado positivo anterior, de 0,57%. “Comparativamente, estamos com indicadores dessazonalizados bem superiores do que o Brasil. Os números apontam para uma tendência de recuperação melhor se comparado à média brasileira, que foi no sentido contrário”, acrescenta o diretor do Ipardes.
EXPECTATIVA – Segundo a análise do instituto, a expectativa para o quarto trimestre e para o início de 2022 é positiva: com a continuidade da trajetória de recuperação, o Paraná deverá superar os 4% de crescimento em 2021.
Nojima aponta que o quarto trimestre é permeado por características sazonais, como a retração da indústria de um lado e uma maior força do comércio e serviços de outro. Mas, mesmo com essas particularidades, a tendência paranaense é de crescimento geral, inclusive para o próximo ano.
“Podemos entrar em 2022 com uma perspectiva melhor, em que pesem todas as questões que permanecem na economia brasileira — inflação ainda elevada no primeiro semestre, contexto de aumento de taxa de juros —, e apesar de tudo isso os indicadores dessazonalizados apontam para uma tendência que não pode ser desprezada em termos positivos”, complementa Nojima.
AEN
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