O estelionato por meio da internet é o crime mais cometido no Estado, segundo dados da Secretaria de Segurança por meio do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber).
O Nuciber não dispõe de estatísticas atualizadas sobre o número de crimes de internet no Paraná, mas até final do segundo semestre de 2021 era registrado na capital e no interior uma média de um crime cibernético a cada 10 minutos. Nem todos os lesados registram suas queixas em boletins de ocorrência que podem ser feitos via internet. Mas há muitos casos de vítimas que preferem registrar suas queixas presencialmente nas delegacias de polícia ou simplesmente não fazer nada, por entender que não adianta ou por constrangimento, dependendo do tipo de golpe em que caiu.
Um desses boletins presenciais foi registrado na 9ª. Subdivisão Policial de Maringá pelo dentista Fábio Ferreira Idehia, que teve seu Instagram bloqueado após o falsário divulgar que o profissional liberal estava vendendo móveis e eletroeletrônicos de um parente que tinha se mudado para o exterior. “Até uma prima minha chegou a comprar um dos objetos oferecidos e passou um pix no valor de R$ 1.300, pensando que a conta era minha”, disse Fábio, que já divulgou nas redes sociais o ocorrido como forma de alertar outras pessoas da sua relação, inclusive pacientes.
Quando ele compareceu à 9ª. SDP para fazer o BO foi informado que só naquele dia outros três dentistas haviam tido suas redes sociais invadidas pelo estelionatário com o mesmo modus operandi. Golpes como este os falsários costumam aplicar contra profissionais liberais, na avaliação de Fábio, por causa da credibilidade. Isso de certa forma facilita as coisas para os bandidos pois eles convencem suas vítimas com mais rapidez a cair no golpe. Com as facilidades oferecidas pelo Pix para pagamento e recebimento, as operações são rápidas , sem tempo para que a vítima pense duas vezes antes emprestar dinheiro a pessoas erradas ou comprar algo de vendedores ou sites nada confiáveis.
O advogado e ex-promotor de justiça Joel Coimbra diz que alguns golpes são tão grotescos que tornam-se motivos de chacota, pelo menos para quem está vacinado contra crime de estelionato. Joel informa que tentaram aplicar um golpe contra ele, clonando sua foto e disparando pedidos de empréstimos em seu nome pelo WhatsApp . “O que eu fiz foi alertar parentes e amigos e postar nas redes sociais um comentário irônico endereçado ao falsário”. A Mensagem foi a seguinte: “Agradeço o sujeito que clonou minha foto e saiu nas redes sociais pedindo dinheiro em meu nome. Felizmente ninguém lhe emprestou nada, mas pelo menos, você me deixou um pouquinho mais famoso”. O experiente advogado, que já foi procurador geral do Estado do Paraná, aconselha às pessoas que se tornarem alvos de ofertas aparentemente irresistíveis, como venda de produtos a preços irreais, que lembrem desse provérbio popular: “Quando a esmola é demais até santo desconfia”.
Redação JP
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