Desde o início do ano a cena mais comum é de farmácias com fila de pessoas e laboratórios e clínicas particulares com fila de automóveis, todos procurando realizar o teste de Covid-19. Além disso, a procura também aumentou nas 13 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Maringá que também oferecem o serviço. Para ter dimensão da procura por esse tipo de serviço, a Saúde divulgou um levantamento entre os 10 primeiros dias de janeiro mostrando que foram realizados 36.956 testes de detecção da doença. Uma semana após, o trabalho continua intenso, são em média 3 mil exames diários somente nas UBSs e a positividade para a doença fica entre 60% e 70%.
“Esse é um número que nos deixa bastante preocupados. A equipe da Saúde está reunida para elaborar algumas medidas a serem tomadas nos próximos dias. As decisões serão passadas para o Prefeito ainda esta semana. Apesar de ter muita gente infectada, não temos taxa de ocupação hospitalar elevada. A matriz de risco não leva somente a positividade, mas a ocupação e outros critérios epidemiológicos. Os leitos de UTI, reduzidos pela metade, estão com 40% de ocupação atualmente”, disse Marcelo Puzzi, secretário de Saúde.
Na manhã de ontem, um laboratório que fica na Avenida Rio Branco teve o apoio de agentes da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) para garantir que o tráfego fluísse que estava parcialmente interditada. A fila de veículos dobrava o quarteirão no sistema drive-thru. No início dessa semana, um laboratório de diagnósticos médicos informou que não tinha mais o teste de antígeno. A oferta era somente do exame PCR, o molecular. A diretora técnica Jane Garcia informou que o aumento ultrapassou os 30%; uma média de 200 a 250 testes diários com taxa de positividade entre 5% e 8%.
A profissional disse que as pessoas que foram vacinadas não têm muitos sintomas, então esse é o perigo na opinião de muitos. O laboratório acompanha casos de jovens que estavam positivados e que não tiveram sintomas graves, apenas uma gripe e dor de cabeça. O teste PCR, segundo ela, serve para ligar o alerta para possíveis variantes. Outro fator que fez os testes serem mais procurados é a nova gripe H3N2 que também traz sintomas parecidos.
“Tem algumas variantes que nos exames PCR não conseguimos afirmar, apenas desconfiar. Existem variantes que mudam em algumas proteínas ou na carga viral, etc. Para saber se é variante tem que fazer o sequenciamento genético. Após as férias, estamos esperando muita gente fazendo testes”, acrescentou ela.
O secretário de Saúde, Marcelo Puzzi disse que já tem farmácias privadas sem testes, porém, a Prefeitura não passa por esse problema com testes suficientes. Informou que, em setembro do ano passado, compraram a quantidade suficiente para uma posição confortável. Aproveitou para dizer que pessoas sem sintomas não precisam fazer o teste, mas aguardar alguns dias. As UBS′s Império do Sol, Vardelina, Universo, Quebec, Maringá Velho, Ney Braga, Cidade Alta, Industrial, Guaiapó- Requião, Morangueira e Internorte realizam testes de segunda a sexta-feira, das nove às 16 horas.
Victor Cardoso
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