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Mais do que ter um coração agradecido, exercite a gratidão

Você é uma pessoa agradecida? Tem um coração agradecido?

A gratidão é um negócio poderoso. Poucas coisas têm um efeito tão positivo na vida das pessoas quanto a gratidão. A gratidão mexe com o humor, torna os relacionamentos mais leves… A gratidão garante a pitada essencial de harmonia na convivência com o outro.

E mais, quem é agradecido estabelece um tipo de convivência com as demais pessoas que faz com que todo mundo queira estar próximo. Gente agradecida é gente que atrai boa gente.

A gratidão é coisa de Deus. É uma das virtudes mais belas.

Entretanto, a gratidão só faz a diferença quando é mais do que um sentimento; a gratidão só faz sentido quando se torna uma prática de vida. É muito bom ter um coração agradecido, mas é fundamental que esse coração agradecido seja o motor que impulsiona um modo de vida em que as ações e palavras demonstram gratidão.

Tempos atrás, eu conversava com uma pessoa que fazia uma avaliação de toda a sua equipe. Eu ouvi algo que chamou demais a minha atenção. Ao tratar de um profissional específico, ela disse: “olha, ele é um grande profissional, mas não é agradecido. Ele sempre age como se as pessoas não estivessem fazendo mais do que a obrigação delas. Por melhor profissional que seja, não é agradecido. Mesmo quando recebe ajuda, sempre age como se fosse obrigação do outro ajudá-lo”.

Isso me impactou profundamente. Note, as excelentes habilidades profissionais foram ofuscadas pela ausência de atitudes que demonstrem gratidão.

É claro que para agir de forma agradecida é preciso ter um coração agradecido. Porém, conheço gente que, talvez por timidez, não verbaliza a gratidão. Não sabe agir de maneira propositiva, demonstrando gratidão.

E como demonstrar gratidão? Vou dar cinco dicas.

Primeira, diga a palavra “obrigado” sempre. Mas diga essa palavrinha verbalizando algo mais. Não fale apenas “obrigado”. Dizer só obrigado não passa de um gesto minimamente educado. Ou seja, obrigado é obrigação. Faça mais: mencione o que a pessoa fez por você e por que você está agradecido. Tipo, acrescente algo assim… “olha, você me ajudou muito; eu não ia conseguir sem você” e acrescente o que a pessoa fez. Ah… e sempre que fizer isso, olhe nos olhos, diga o nome da pessoa.

Segunda dica, limpe do seu coração esse sentimento de “ah… ele não fez mais do que a obrigação”. Gente, joga esse sentimento é fora. Quem faz só por obrigação, faz com má vontade e, ao invés de nos ajudar, nos prejudica. Uma louça que seu filho lava, se ele fizer com má vontade, talvez resulte em pratos ou copos quebrados, em uma louça mal lavada.

E, detalhe, mesmo que a pessoa faça com má vontade, você pode tocá-la por seu ato generoso, por seu gesto de gratidão. A bíblia não nos ensinou a retribuir o mal recebido com o bem? Então, está aí uma excelente oportunidade. Portanto, peça ajuda de Deus, mas vença esse sentimento do “ele não fez mais do que a obrigação”. Manter esse pensamento faz com que a gratidão que verbalizamos não passe de falsidade.

Terceira, entenda que ninguém tem a obrigação de fazer nada por nós. Mesmo quem é pago para nos atender, pode simplesmente nos ignorar ou até agredir.

Quarta dica, procure enxergar as outras pessoas com olhos de bondade e reconhecer o que há de melhor nelas. Isso vai te ajudar a observar melhor o que as pessoas fazem, e inclusive o que elas fazem por você. O simples fato de seu marido ou sua esposa pegar um copo de água para você, quando você não pediu, é um ato que demonstra cuidado, que demonstra carinho, respeito… E, às vezes, a gente não valoriza isso.

Quinta dica: procure retribuir sempre que possível todos os atos bondosos. Mesmo que isso não seja possível, faça o seu melhor para não esquecer as pessoas que já te ajudaram. Às vezes, a ajuda foi para conseguir um emprego, talvez para obter melhor nota numa prova… Não esqueça essas pessoas. Sempre que puder, faça uma menção a esses atos gentis. Isso é um afago no coração e ainda incentiva o outro a seguir fazendo o bem.

Portanto, não esqueça: alimente a gratidão no seu coração, mas, principalmente, exercite a gratidão.


Ronaldo Nezo
Jornalista e Professor
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação

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